quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Pares Célebres do Cinema: B&B/Bacall & «Bogey»"


Foram um desses pares célebres de que tenho vindo ultimamente a falar, no cinema como na vida.

Diz-se que quando 'Bogey' morreu, Bacall continuou exaustivamente a procurá-lo, tendo encontrado uma espécie de sombra viva dele em Jason Robbards Jr. que, com ele, tinha, de facto, algumas remotas semelhanças físicas.

Robards foi, de resto, possivelmente até melhor como actor nunca tendo, todavia, nem de longe, alcançado a popularidade do seu antecessor no coração de Bacall.

Deste se diz que, por ocasião dos famigerados despedimentos [na realidade, em diversos casos---como os de John Garfield ou do escritor e roteirista Philip Yordan---puro e simples linchamento pessoal e profissional!] conduzidos pelo tenebroso macarthyismo [amargamente retratado no famosíssimo "High Noon" de Fred Zinnemann---'contra' o qual, se diz que Hawks fez o genial "Rio Bravo"---ou num filme de que pessoalmente gosto bastante, sempre reconhecendo não se tratar, apesar disso, de um grande filme, a primeira versão de "The Mandchurian Candidate" dirigida por John Frankenheimer]; de Bogart, ia dizendo, se conta que tentou opor-se à brutal série de saneamentos investindo o seu prestígio como actor na, aliás vã, tentativa de contrariar a histeria persecutória reinante, acabando ameaçado de ser ele próprio banido, caso persistisse no intento.

Como, por exemplo, Gary Cooper, Bogart ganhou com a idade um rosto prodigiosamente 'denso', dramático e intenso que, por exemplo, Billy Wilder aproveitou, de forma soberba, em "Sabrina" e Edward Dmytryk caracteristicamente menos bem no confuso [e moralmente equívoco] "The Caine Mutiny", dele ficando para a História do Cinema a sua colaboração cinematográfica com Bacall em filmes, histórica e cinematograficamente, hoje-por-hoje, verdadeiramente incontornáveis como "To Have And Have Not" [1944] baseado na obra homónima de Hemingway ou de "The Big Sleep" [1946] ambos dirigidos pelo imenso Howard Hawks, a partir de um romance de Raymond Chandler em cuja adpatação ao cinema trabalhou nada mais, nada menos do que William Faulkner.

3 comentários:

Ana disse...

Mais um par inesquecível ! As memórias que fazes acordar! E aquilo que aprendo, contigo!
Obrigada, Carlos!
Um beijo com amizade.

Ezul disse...

Como eu gostava de ver estes dois!
Este blogue anda mesmo a fazer renascer a minha antiga paixão pelo cinema. Sabia de cor os realizadores, os filmes, os actores... Muita dessa informação era transmitida pelos meus pais e, à medida que ia vendo todos os filmes que podia, ia lendo todas as revistas que falavam de cinema. Cheguei a ter um dossier com recortes de jornais e de revistas. Não sei em que momento comecei a perder esse hábito e a esquecer o que sabia... Nada como recomeçar, reavivar memórias, reaprender. E com a informação (e a magia) que este blogue transmite, nada como começar já!
:)

Carlos Machado Acabado disse...

Boa! Eu ajudo no que puder!...
Beijinhos!
Carlos