sábado, 2 de janeiro de 2010

"Woman is the Nigger of the World"


Porque a ela me refiro expressamente na 'entrada' que se segue; porque o seu conteúdo permanece [eu diria: tragicamente!] actual, nos nossos democratíssimos dias de "Integração" dita "Europeia" e agora também [porque uma desgraça nunca vem só?...] de "Tratante", perdão! De "Tratado" de Lisboa; porque Lennon, na canção, faz já, ele próprio, uma analogia entre a condição feminina e o racismo que põe claramente em evidência a natureza estupidamente cega e monstruosamente 'transversal' da violência que é a discriminaçãonas sua múltiplas formas e maneiras---sexual, racial, económica e social, etc.; por tudo isto, não quis deixar de incluir no "Quisto", tendo em vista os que ainda não a conhecem e no sentido de que esses mesmos possam preencher a lacuna em causa e reflectir seriamente sobre uma relidade [a da discriminação, volto a dizer: nas suas múltiplas---todas elas, perversíssimas e desumanas!---formas] a letra da canção "Woman is the Nigger of the World", de John Lennon.

Há quem goste de Lennon e quem o odeie; quem o compare ao melhor Dylan e quem o ache piroso, demasiado datado, completamente ultrapassado e simplista---um produto acabado dos "anos '60' não exactamente como existiram mas, sobretudo, como muitos de nós se obstinam em pensar que existiram; há quem o ame e mitifique e, hoje, cada vez mais quem, nem sequer o conheça---ou o associe a0 que quer que seja.

Há quem o louve por ter deixado os Beatles e enveredado por uma carreira a solo e quem veja nisso uma espécie de toque de finados pelo "verdadeiro" Lennon.

Há quem diga que saíu porque quis e quem pelo contrário, defenda que a sua permanência nos Beatles, por causa de Yoko, se tornou insustentável.

Há quem lhe chame "génio" e quem o "explique" pela pulsão paranóica que terá maercado a sua existência pessoal e privada.

Eu pessoalmente, acho-o [ou intuo-o?...] demasiado torrencial, literariamente [pelo menos...] indisciplinado e descontínuo.

Será, talvez, um daqueles casos [estou-me a lembrar de um Jules Dassin, por exemplo] em que as 'ideias' e a criatividade pura beneficiariam seguramente muito com a companhia próxima de alguém representando um certo bom senso e uma certa ordem capazes de criar as condições ideais para que todo o potencial criador do indivíduo [no caso de Dassin foram as exigências comerciais da própria indústria cinematográfica] pudesse idealmente emergior e, sobretudo, organizar-se e estruturar-se.

É apenas um ponto de vista, claro---e de alguém que nem sequer ér umj especialistab na matéria e que, por outro lado, se há o "caso" de Dassin [que quando se apanhou livre da o/pressão, para o bem e para o mal, disciplinadora das exigências comerciais como tal, não foi capaz de organizar o seu próprio talento e acabou por se perder por completo como cineasta] também hás os de von Stroheim e de Wells que foram por aquela literal ou virtualmente devorados...

Uma coisa ninguém negará: a actualidade de muito daquilo que a obra a solo de Lennon se fez eco e testemunho, directo ou indirecto---no fundo, algo que se prende, de forma, em última instância, indissolúvel, com a responsabilidade intrínseca do acto ou actos criativos como tal]: algo de que este "Woman is the Nigger of the World" é, hoje-por-hoje, [clássico] exemplo que dedico expressam,enmte a todas as minhas [verdadeiras] Amigas Mulheres.


WOMAN IS THE NIGGER OF THE WORLD


Woman is the nigger of the world
Yes she is...think about it
Woman is the nigger of the world
Think about it...do something about it

We make her paint her face and dance
If she won’t be slave, we say that she don’t love us
If she’s real, we say she’s trying to be a man
While putting her down we pretend that she is above us

Woman is the nigger of the world...
Yes, she is!
If you don’t belive me take a look to the one you’re with
Woman is the slaves of the slaves

Ah yeah...

Better screem about it
We make her bear and raise our children
And then we leave her flat for being a fat old mother then

We tell her home is the only place she would be
Then we complain that she’s too unworldly to be our friend
Woman is the nigger of the world...
Yes, she is!

If you don’t belive me take a look to the one you’re with

Woman is the slaves of the slaves
Yeah (think about it!)

We insult her everyday on TV
And wonder why she has no guts or confidence
When she’s young we kill her will to be free
While telling her not to be so smart
We put her down for being so dumb

Woman is the nigger of the world...
Yes, she is!

If you don’t belive me take a look to the one you’re with!

Woman is the slaves of the slaves
Yes she is...
If you belive me, you better screem about it.

We make her paint her face and dance
We make her paint her face and dance
We make her paint her face and dance

John Lennon

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