Encontram-se aqui representados, um dos filmes mas também um dos actores sem esquecer um dos realizadores e um dos dramaturgos, todos eles "chave" do século XX.
O filme é, claro, "A Streetcar Named Desire".
O actor, Marlon Brando, o realizador Elia Kazan (uma figura extremamente contestável de homem e de cidadão mas um "metteur-en-scène" realmente notável) e o dramaturgo Tennesse Williams--todos eles aqui reunidos num momento autenticamente fabuloso de Teatro.
Teatro, sim porque o filme é, na verdade, essencialmente, Teatro mas o Teatro a este nível, agregando um tal património global de criatividade, profissionalismo e puro(s) talento(s) é, de facto, algo de absolutamente único e--literalmente--deslumbrante.
Quanto ao Cinema, ele é aqui, sobretudo, o instrumento dócil, maleável e esclarecido (esclarecida e disciplinadamente dócil) que congrega, articula e finalmente conjunta tudo num «objecto» final, de facto, empolgante e muito dificilmente repetível.
Aos nomes citados, é preciso acrescentar os de Karl Malden (um soberbo, patético 'Mitch') e, sobretudo, o de Vivian Leigh, uma 'Blanche DuBois' animada de uma intensidade e de um pathos fabulosamente credível e pungente que Williams e Kazan envolvem num esgotante, arrasador, "jeu de massacre" (onde há, aliás, provavelmente, muito de projectividade existencial e de património experiencial sublimado do próprio Williams...) com Brando/'Kowalski' e que este, por exemplo, reconhecendo implicitamente o êxito do projecto, se queixava de não ter atingido com Jessica Tandy que foi outra Blanche famosa.
Quanto ao Cinema, ele é aqui, sobretudo, o instrumento dócil, maleável e esclarecido (esclarecida e disciplinadamente dócil) que congrega, articula e finalmente conjunta tudo num «objecto» final, de facto, empolgante e muito dificilmente repetível.
Aos nomes citados, é preciso acrescentar os de Karl Malden (um soberbo, patético 'Mitch') e, sobretudo, o de Vivian Leigh, uma 'Blanche DuBois' animada de uma intensidade e de um pathos fabulosamente credível e pungente que Williams e Kazan envolvem num esgotante, arrasador, "jeu de massacre" (onde há, aliás, provavelmente, muito de projectividade existencial e de património experiencial sublimado do próprio Williams...) com Brando/'Kowalski' e que este, por exemplo, reconhecendo implicitamente o êxito do projecto, se queixava de não ter atingido com Jessica Tandy que foi outra Blanche famosa.
Penso, muitas vezes, no sucesso inegável da síntese entre Teatro e Cinema que Kazan aqui inquestionavelmente logra--algo que, por (outro) exemplo, um Oliveira entre nós igualmente, como é público, procura, de um modo infinitamente mais intelectualizado e (talvez pudéssemos dizer assim, num sentido argumentativamente brechtiano ou para-brechtiano:) épico mas, também francamente menos abrangente e menos fácil de induzir a adesão, em maior ou menor escala, popular.
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