Se existe lugar mágico no mundo é a Almirante Reis da minha infância!
Toda a vida suficientemente imaginativa e original para lograr escapar, mesmo apenas por breves instantes, à tirania pesada do quotidiano, do Martim Moniz ao Areeiro onde ela termina, vinha inevitavelmente dar à Almirante Reis.
Toda a vida suficientemente imaginativa e original para lograr escapar, mesmo apenas por breves instantes, à tirania pesada do quotidiano, do Martim Moniz ao Areeiro onde ela termina, vinha inevitavelmente dar à Almirante Reis.
Aqui, vinham as senhoras respeitáveis dos Anjos ou Arroios ao cinema (ao "Rex", se se tratasse simplesmente do "povo"; ao"Lys" e ao "Imperial", no caso da classe média, real ou sonhada e, finalmente, ao "Império" se se tratasse já de outro "tipo" de pessoa e extracto social mais ligado ao Areeiro ou mesmo ao mundo ainda mais inacessível das Avenidas Novas) à pastelaria ou até simplesmente ao médico.
À noite, a Almirante Reis era, nos anos '50 e '60, um verdadeiro universo lunar, insondável e incrivelmente fascinante mas também muito burguêsmente íntima e aconchegada, sempre um pouco pomposa enfática e distante mas também sempre, em última instância, receptiva, íntima e maternal...
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