"Cantinflas não morreu: foi p'rá política!..."

Leio (incrédulo!) um de facto muito dificilmente acreditável texto de Vital Moreira no "Público" de 29 de Abril e compreendo subitamente tudo!...

Oh, Vital, tu desculpa lá mas depois... "daquilo" estavas à espera de quê, pá?!...

Ouve lá!...

Eu sou um tipo generoso, faço-te a justiça de pensar que escreveste "aquilo" num "dia argumentativo" e até "intelectual e ético" muito (mas muuuuito!...) mau, ham, e que ainda hoje sentes guinadas na coluna vertebral e espasmos na dignidade depois de o teres feito mas, por favor, sobretudo por ti, homem, tem-me lá mais cuidado com a tua imagem intelectual e cívica no futuro, ouviste?!...

Chamares aos desgraçados que ficam todos os dias com o pão próprio e o futuro dos filhos seriamente comprometidos e adiados para as calendas gregas e aos jovens que saem das escolas secundárias e até das Faculdades direitinhos para os "call centres" e para as caixas dos supers do Tio Belmiro, "esquerda radical" e considerá-los, de forma expressa, privilegiados "hiperprotegidos" só pode ser gozo, pá!...

Gozo e do "grosso", desculpa lá!

Referires-te aos infelizes que somos, no fundo, todos nós, portugueses que tiveram a infeliz ideia de nasceram sem um pai rico ou um curso rápido e manhoso da "Independente" e para quem o próprio "Código" que tanto louvas transformou o dia de amanhã em matéria de emprego num buraco potencialmente ainda mais sombrio e insondável que um esquema táctico do 'Quique' Flores para o Benfica como (e cito!) seres que gozam de uma "estabilidade (?) hiperprotegida (!!)" e acrescentares, sem corar e sem, por outro lado, dasatares um único momento a rir à gargalhada, que em caso algum "podem [...] os interesses dos empregadores [...] prevalecer contra a liberdade (!!) e a dignidade (!!!) dos trabalhadores" que é aquilo que, segundo a tua genial (e nada provocatória!...) "interpretação" assegura o tal "Código" ("um verdadeiro ovo de Colombo", lhe chamas tu, sempre com o ar mais sóbrio e mais... sério deste mundo) era o mesmo que pedir (desculpa lá!) "por favor, dêem-me um estalo na cara, a ver se eu acordo!"

Teres a coragem de dizer do alto da tua aconchegadinha e bem agasalhada cátedra coimbrã que o "conforto" deles (!!) é que (imagina bem!) "gera a desprotecção dos outros"; que os sindicalistas não passam de uma cambada de "preconceituosos conservadores" sempre dispostos a lutar e sempre muito agarradinhos, sim, mas às (e pelas) "posições adquiridas", depois, ires "na maior" pavonear-te todo lampeiro de mão estendida e sorriso Pepsodent para o meio deles todos como se não fosse nada contigo, é obra, homem!...

É que, se calhar, foi isso mesmo o que algum dos tais "hiperprotegidos estáveis" cujo "conforto" se cansou, por momentos, de "gerar mais desprotecção" para os restantes quis fazer, pá: dar-te uma "tapinha" na bigodeira marota a ver se acordavas, imaginando-te a dormir e... a sonhar!

A sonhar, talvez, com Maquiavel mas o Maquiavel a pensar... à Cantinflas, ham?!...

Eh pá! Só pode!...

Livra!