sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"Só Pode, Oh! Mónica!"


Quando fiz o estágio, uma colega pôs-me a alcunha de... "O Senhor de Pernas Para o Ar"...

Na altura, até achei que ela tinha uma certa razão: se há alguém a quem a demasiada ordem faz alergias, sou eu, tenho de admitir.

Ver tudo à minha volta nos "seus lugares", "dá-me ânsias", como dizia a minha avó.

Eu tenho uns livritos [uns milhares...] uns disquitos [umas centenas...] uns filmezitos [uns quantos...]

Pois, vocês vão à minha casa e, se forem do género de ter angústias têm, logo ali, um pesadelo dos grandes: aquilo é a desordem perfeita, ideal, e fui eu quem pôs tudo assim...

Não sei se é defeito se é... compulsão: sou desorganizado, pronto: uma "disaster área formada em Germânicas", como às vezes digo, para me animar...

Ora, sucede que, olhando com alguma atenção e cuidado para o mundo de hoje, afinal, verifica-se que, se calhar, vendo bem as coisas, quem tinha razão, era eu, não era a Mónica!

Quem está de pernas para o ar é o mundo, não é "cá o Jones", como dizia o meu amigo [e ex-correligionário---que isto, para mim, de "ex" está o inferno---o meu inferno pessoal---cheio!...] Jerónimo!

Querem que eu exemplifique?

Está bem, eu exemplifico!

Sabem aquele jornal que fez agora 20 anos e que o "outro" queria fechar ou trocar-lhe de gerência e de fidelidades, o "Público"?

Pois, hoje mesmo, quando o comprei e abri na última página, a primeira coisa com a qual dei logo de caras foi com uma referência a uma suposta "luz ao fundo do túnel" para a economia [ou para a chamada "economia", o que não é bem a mesma coisa] em Portugal: uma tal Autoeuropa, diz o jornal, está, ao que parece, "back in businness".

"Porreiro, pá", como dizia o outro?

Talvez... e o que é que produz a tal "Auto-não-sei-quantos"?

Energia verde?

Pão verde?

Empregos verdes?

Uma fórmula qualquer que dê juízo ao povo, assegure sustentabilidade ao planeta---contribua para evitar tragédias como aquele horror ainda bem recente da Madeira---e seja capaz de gerar uma forma de emprego qualquer que permita às pessoas voltarem a comer todos os dias e poderem descansar um pouco ao fim de semana?

Uma maneira eficaz de correr de vez com o governo?

Não!

Automóveis, imaginem!

Vivemos, hoje, num mundo em que cada automóvel já se vê aflito para ter uma pessoa, tantos são os automóveis e tão poucas as pessoas que "hão", como dizia o outro.

Por cada pessoa que se fabrica, fabricam-se hoje logo para aí dois carros e meio ou três, qualquer dia começamos a ter sérios problemas quando um casal de Fiats ou de "Bê-Éme-Dâbliús" quiser adoptar uma pessoa, um motorista, por exemplo e pura e simplesmente não chegarem os que "hão" e, agora, vem um tipo qualquer, desata a fazer mais carros ainda e "Glória! Glória! Aleluia! Que bom! Vem aí mais poluição fresquinha! Podemos voltar a respirar de alívio"

O Senhor De Pernas Para o Ar??!!

Oh! Mónica!

Como nós somos de línguas, isso deve ser para aí... "ilusão... de semiótica", não?...

Só pode!...

Olha! Olha!


[Imagem extraída, com a devida vénia, de freakingnews-dot-com]

3 comentários:

Ezul disse...

Pois é, mais carritos, mais poluição e, se houver um sinalzito de retoma, tratem de comprar, de recorrer ao crédito pessoal e de se enterrarem até às orelhas. Afinal de contas, podem ir pagando até terem direito à reforma que, por este andar, há-de chegar com bilhete de passagem para o outro reino. Entretanto, e se escaparem a uma nova vaga de desemprego quando outra multinacional desandar para um qualquer país de leste, sempre vão tendo a surpresa diária do aumento do combustível e a possibilidade de desenvolverem o cálculo mental com as contas dos lucros das gasolineiras.

Ezul disse...

Ah, e esquecia-me da possibilidade de andar a trocar de carro duas vezes ao ano, ou coisa e tal. Nada como ter uma grande máquina e acelerar, faça sol, faça chuva... e buzinar aos pastelões que andam para aí a cumprir limites de velocidade... É que a imagem, senhores, neste país... Há que manter o prestígio, ham?

Carlos Machado Acabado disse...

Pois, então!
Somos alguns selvagens ou quê?...
Olha! Olha!