domingo, 21 de fevereiro de 2010

"«Napoléon» de Abel Gance"


Já aqui falámos muito sumariamente, embora, da importância do contributo de Abel Gance [1889-1981] para a fixação de uma gramática moderna do Cinema, assente na revolucionária agilização da sua sintaxe específica operada a partir de uma reconsideração cuidada, extremamente pessoal e surpreendentemente eficaz, da montagem.

Volto hoje aqui a tributar-lhe toda a admiração que merece o seu Cinema visionário profundamente inovador, associando-lhe dois nomes sem os quais teria provavelmente sido impossível oferecer "Napoléon", sobretudo, à Arte cinematográfica: Simon Feldman, um engenheiro russo, que concebeu uma das câmaras especiais com que foi filmado "Napoléon" [instalada no dorso de um cavalo e movida por um motor próprio que a mantinha a filmar sem intervenção directa de um operador, levando o espectador a "entrar" directamente na acção através da esclarecidíssima e precursora utilização sintáctica da "câmara subjectiva"] e o já citado André Debrie, parte de cuja colaboração na ideação da infra-estrutura técnica do filme, Georges Sadoul descreve assim no seu clássico "Le Merveilles du Cinéma": "três câmaras operando no plano horizontal com os ângulos de filmagem cruzados por meio de espelhos".


"Sacré Gance, visionnaire génial et même prophète de l' art cinématographique"!

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