domingo, 21 de fevereiro de 2010

"André Antoine e o «Cinéma Libre»"


Num dia em que aqui, no "Quisto", muito se falou de Cinema, dediquemos algumas linhas de homenagem a um homem de teatro que o foi, de igual modo, de Cinema---um Cinema que. à época, nascia e no qual, André Antoine [é dele que falo] deixou uma obra pioneira globalmente entrada na História sob designação genérica de "Free Cinema", "Cinéma libre", sob alguns aspectos, sobretudo técnicos, envolvendo o modelo de abordagem da matéria filmada [quase sem estúdios, destruídos numa França devastada toda ela pela guerra, o cinema vem para a rua e centra-se nela para filmar] uma espécie de... "pré-neo-realismo" ou "neo-realismo avant la lettre", surgido no rescaldo, neste caso, da I Guerra Mundial e com condicionantes de natureza económica e especificamente técnica, como disse, sob diversos aspectos, similares àquelas que presidiram ao surgimento do neo-realismo italiano, uma Arte originalmente "pobre" e, também ela, neste sentido, "de circunstância".

Da obra cinematográfica de Antoine [1848-1943] avulta uma adaptação de "La Terre", de Zola, de 1921 mas a carreira de André Antoine no Cinema iniciou-se no ano seguinte ao início da guerra, 1915, com "Os Irmãos Corsos" e estendeu-se até 1922, ano em que Antoine dirigiu a sua "L' Arlésienne".

Pelo meio ficaram, de 1917 "Les Coupables", de 1920 "L' Hirondelle et la Mésange", ainda '20 "Quatre-vingt-treize", segundo Victor Hugo e "Mademoiselle de la Seiglière".

É de "La Terre", o fotograma que ilustra esta breve evocação e que faz, remotamente, pensar nas sequências finais de "Greed" de Stroheim.

Sem comentários: