sábado, 6 de fevereiro de 2010

"«A Canção da Terra» de Jorge Brum do Canto no Cinema Português do Seu Tempo"


Integrado num "mês do cinema nacional", tem a RTP Memória vindo a exibir uma série de filmes nacionais de que destaco, aqui, por razões que imediatamente a seguir se detalham, "A Canção da Terra", o filme de [quase] estreia do realizador Jorge Brum do Canto.

Embora o "grande cinema" da ditadura; aquele onde ela mais natural senão mesmo mais instintivamente se revê a nível das massas que compõem a sua sempre muito contraditória base social, se situe claramente na área da comédia, nem por isso filmes como est' "A Canção da Terra" de Brum do Canto ecoam de modo, em última instância, menos reconhecível e menos demonstrável aquele que é, de algum modo, o espírito do 'regime' deposto em '74.

Não que se trate propriamente de um mau filme; pelo contrário: globalmente, "A Canção da Terra" merece sem dúvida alguma consideração e o nosso, ainda que crítico, respeito.

Plasticamente, sobretudo, o filme tem, de facto, momentos de excelente qualidade, com uma montagem consistente, fluída, genericamente segura e de uma sobriedade assinalável que evita com enorme dignidade a tentação natural do bilhete-postal e que serve sempre com sóbria desenvoltura, evidente 'oficina' e notável eficiência geral a narração, a... "chetória"---mesmo se esta, pela sua parte, não se distingue, de modo especial, pela originalidade.

Seja como for, a mim, pessoalmente interessa-me, aqui, sobretudo, trazer à colação o filme tendo em vista precisamente aquilo que atrás referia envolvendo uma certa, reconhecível, tipicidade mais ou menos implícita de conceitos que o ligam, em última análise, de forma inextricável, ao tal "espírito" muito particular do 'regime'.

Eu diria, a propósito e começando já a proceder a esse tentame de contextualização cultu(r)al [e até especificamente política] do filme que aqui me proponho fazer que existe, a meu ver, em termos latos---e, em boa medida, apenas subtentendidos---uma espécie de 'conceituação fronteira' tendo por objecto o tema da riqueza, do dinheiro, do... capital, entre o fascismo e o democapitalismo que lhe sucedeu; isto é, entre o modo como cada um desses estádios de desenvolvimento do modo de produção capitalista ocidental vê essa realidade, para si absolutamente nuclear, da aquisição---e, em geral, da propriedade---do capital e dos respectivos mecanismos de re/produção social---aspecto esse que o filme, de alguma forma mais ou menos indirecta [ainda que nem por isso, também aqui, menos demonstrável] reflecte e que permite com algum rigor teórico provável, situá-lo mais adequadamente no 'tempo mental e político' em que foi criado----e [embora eu não goste do termo] genericamente "consumido".

Não é por acaso, com efeito, que mesmo aquele---falo obviamente do nazismo alemão---que, de algum modo, marcou o [trágico] apogeu "teórico" e prático da era das ditaduras históricas dos anos '20 e '30 na Europa [e fora dela, no Japão, desde logo]; esse 'estádio supremo' do capitalismo ocidental situado no período entre guerras mundiais; não é por acaso, dizia, que mesmo o nazismo alemão, representante-limite do projecto de "capitalismo total" politicamente expresso nos vários fascismos históricos, quando pretendeu expressar-se 'culturalmente' [e fê-lo de diversas maneiras de que o exemplo "maior" é, com certeza, o babilónico e trapalhão "Mein Kampf" do próprio Hitler] não deixou de evidenciar uma à primeira vista, contraditória "desconfiança" exterior [por vezes truculenta e particularmente ostensiva] pelo capital ao serviço [e por delegação] do qual chegaria, porém, de resto, como se sabe, ao poder com as trágicas consequências que, de igual modo, se conhecem.

O próprio partido nazi se chamou, como é sabido "nacional-socialista" ["National-sozialistische Deutsche Arbeitspartei"] e lendo muitos dos textos que Hitler ou Goebbels, por exemplo, escreveram é impossível não ficar [mau grado se perceberem perfeitamente as motivações precisas por que o fazem] surpreendido com a veemência [leia-se: a truculência, a quase obsessiva impetuosidade---senão mesmo ferocidade---verbal ] da retórica populista de algumas das diatribes mais ferozmente "anticapitalistas" que contêm.

É evidente que nem Hitler nem o seu "entourage" de "teorizadores" [os Goebbels, os Rosenbergs e por aí fora] está, na realidade, minimamente contra o grande capital financeiro alemão que o leva, aliás, directamente ao poder, e aí, como é sabido, os mantém enquanto pode e isso serve os seus interesses próprios e sempre muito... 'específicos'.

Aquilo que todos eles pretendem é [representando o nazi-fascismo, como disse, o apogeu de um certo "capitalismo total" teoreticamente assente no projecto de alargar o modelo de organização severamente hierarquizado, rigidamente 'verticalizado' da fábrica industrial à "fábrica social e política"]; aquilo que todos eles, assim sendo, muito claramente pretendem, dizia, é que, completamente preenchidas já à época com uma nova [e poderosíssima!] classe económico-financeira e social grande-burguesa saída das transformações operadas com a Revolução Industrial, as vias de acesso à propriedade deixadas temporariamente livres com a decadência e queda históricas recentes da aristocracia europeia, da nova situação---do novo status quo económico, social e político entretanto encontrado---se gere uma espécie de "hálito ou respiração cultu(r)al" estável e tópica onde esteja plasmada precisamente a ideia [ou mais exactamente: a "impressão"] de um "fim económico-financeiro de História" onde, exceptuando aqueles que detêem o poder económico e quantos o próprio poder se vê forçado a caucionar para se conservar poder, ninguém mais tenha acesso livre à propriedade e, especificamente, à propriedade do capital bem como dos meios de re/produção social do mesmo.

O corporativismo como grande "enclosure" jurídica [concebida exactamente para assegurar legalmente que assim seja] se encarregará de conferir expressão sistémica fulcral, nuclear, verticial, a este programa de classe.

Gera-se, assim, na super-estrutura cultu(r)al dos fascismos em geral, uma espécie de "constante ética" básica comum assente no que se conhece sob a designação anglo-saxónica de "double standard", significando isto, muito clara e muito concretamente, que o capital e, em geral, a propriedade deste se possuem mas, a não ser muito raramente e em condições sempre muito severamente vigiadas e controladas pelo poder, se trazem ao "mercado livre das ideias e dos argumentos".

Mais: eles são aí inseridos, quando o são, com típica frequência, fazendo-se acompanhar de um posicionamento de "suspeição" e de uma "reserva" puramente exteriores [a que o cristianisnmo, no caso específico nacional, fornece, de resto, uma fundamentação teórica adicional verdadeiramente providencial---inestimável mesmo---com ideias/lemas como aquele que envolve uma clássica dificuldade bíblica de os ricos competirem com... os camelos no que respeita ao cumprimento de certos percursos simbolicamente físicos, no caso do animal e que, no do humano, envolvem muito especificamente uma entrada, supostamente improvável, no reino dos céus]...

São evidentes as razões pelas quais o fascismo português, falando agora especificamente dele, se agarra verdadeiramente 'com unhas e dentes' a este 'mito' hipocritamente "piedoso", oportunisticamente "evangélico" mas, sobretudo, politicamente dissuasor, de que o dinheiro, a riqueza---a aquisição de um e outro---tem sempre, de um modo ou de outro, no limite, pressuposta alguma substantiva e, sobretudo, inevitável, fatal, contaminação estrutural pelo Mal.

Ao salazarismo é, aliás, muito fácil passar esta mensagem---ele que impera sobre uma sociedade persistentemente pobre e atavicamente habituada a ideias como a de sacrifício e da penitência, vistas não apenas como um bem mas, mais do que isso, como um verdadeiro pressuposto básico e essencial de "salvação".

Numa sociedade onde a mobilidade social se acha solidamente regulada e controlada por mecanismos de reconhecimento formal, até institucional muito precisos [veja-se, por exemplo, o caso de uma tal Câmara Corporativa e dos rigorosos poderes de admissão aos mercados que lhe estão estatutariamente cometidos] altamente selectivos e rígidos, toda e qualquer teorização envolvendo a realidade social e política que transforme ou contribua para transformar cultu(r)almente num "valor" em si aquilo que é, em regra, inapelável condição de ordem económica, social, sociológica e política potencialmente mutável só pode ser bem recebida e saudada, no fundo [embora por razões e com motivações distintas] por todos como um traço identitário colectivo particularmente desejável.

Estabelece-se, desse modo, uma espécie de círculo fechado ou de 'coerência teorética orgânica total' entre a base infra-estrutural do regime [de onde parte, por razões óbvias, a iniciativa de regular e manter regulado, no plano institucional concreto, o acesso do conjunto da comunidade à riqueza, i.e. à propriedade social dos meios de re/produção do capital que nele circula] e a super-estrutura cultu(r)al e mental onde os "valores" teóricos que correspondem [e sustentam!] esse projecto básico são destilados, conservados continuamente em vigor e e posteriormente reprojectados sobre o conjunto da sociedade onde operam sempre como móbeis de [não] intervenção social e política dessa mesma sociedade na [sua própria] História.

O "double standard" opera, assim, como uma arma política cuidadosamente disfarçada muito importante quando se trata de "justificar teoricamente" [e, sobretudo, políticamente] o status quo proprietário ou "proprietacional", rigidamente fechado, que, à época, vigora na sociedade portuguesa e contra o qual se virarão [a prazo, com o sucesso que se conhece e constata] as forças da direita "modernizadora" do P.P.D. e do próprio P.S. de Mário Soares [que, muito mais do que mudar a natureza intrínseca verdadeiramente nuclear do regime económico-financeiro---o essencial das relações de produção dentro dele---estão, como a "novembrada" de '75 e tudo quanto politicamente se lhe seguiu demonstram à saciedade, interessadas em alterar as suas "alfaias politiformes" meramente instrumentais, no sentido de permitirem uma "abertura significada", de natureza na realidade apenas quantitativa, do próprio mercado até aí conservado rigidamente fechado na posse de umas quantas "famílias" umbilicalmente ligadas ao 'regime'].

[Recordo, por exemplo, a propósito, a maneira como o salazarismo exponencia de modo verdadeiramente exaustivo este padrão mental estático, politicamente contemplativo, fazendo, entre outros, afixar nas repartições públicas---nas militares, por exemplo---máximas "piedosas" e de grande (de 'evidente'!) "sensatez" como aquela em que se lia o celebérimo "Se soubesses o que custa mandar, antes querias obededer toda a vida" e que são obviamente uma espécie de eco confirmativo de outras igualmente famosas, constantes, por exemplo, daquela famosíssima letra da canção "A Minha Casinha", da autoria de Silva Tavares, cantada por Milú no politicamente exemplar "O Costa do Castelo"...]

Aliás, é preciso dizer que isto nem sequer configura um 'motivo', um... 'conceptema' mais ou menos tácito exclusivo do fascismo: se observarmos, com um mínimo de atenção, por exemplo, a ideologia utopicamente anti-'dinheirista' [leia-se: expressa e inequivocamente anti-capitalista] subjacente ao modo como estão organizadas as "selvas" onde evolucionam, por exemplo, o 'Tarzan' de Rice Burroughs ou o 'Fantasma' de Lee Falk aquilo que vamos, em última instância, encontrar é, afinal, a a mesmíssima expressão de frontal e liminar rejeição do modelo de organização baseado no paradigma de acumulação de capital que forma a essência mesma do modelo básico de organização económica capitalista que, sobretudo, esse bravo Fantasma rejeita [e surpreendentemente, até pune!] de forma severa na "sua" utópica Bengala que ele paternalisticamente pretende ["en bon despote éclairé"] completamente livre da contaminação fatal do exterior...

Quando, por outro lado [e regressando agora especificamente ao filme de Brum do Canto]deparamos com figuras como a daquele 'João Venâncio' [o actor António Moita] que se aproveita da seca para comprar a baixo preço o gado dos camponeses pobres e as vemos sujeitas à óbvia [embora, não demasiado óbvia, é preciso reconhecer---e, asobretudo, entender...] "censura narracional" exactamente pelo modo como acumulam poder económico, usando as circunstâncias ou as condicionantes, chamemos-lhes: 'naturais', do próprio mercado, não podemos deixar, hoje, de pensar em que é que isso viola os padrões de 'comportamentalidade sistémica' do 'capitalismo liberal' em vigência nos nossos neo-liberais dias de consistente... "mercadocracia".

Ou seja, dito de outro modo: é difícil entender, hoje-por-hoje, em que é que isso viola o modelo comum de ética capitalista actualmente vigente e [lá está!] com toda a naturalidade [e até, sob muitos aspectos, inevitabilidade] aceite por todos quantos nele se deslocam como, não apenas algo de natural, mas até de imperativo e cultu(r)almente estimulável.

Exactamente ao contrário do modelo proteccionista vigente à época em que o filme foi feito [final da década de '30: o filme data de 1938] o capitalismo de hoje valoriza precisamente a iniciativa individual---a exploração tão completa e exaustiva quanto possível da dinâmica [ou das 'dinamias' particulares] do chamado mercado 'livre' que substituiu, na base do sistema, o modelo de "enclosed economics" característico do paradigma de "capitalismo total" inscrito nos próprios 'genes' dos fascismos, em geral.

É mesmo essa capacidade para rentabilizar continuamente situações de 'baixa' como aquela de que fala o filme---esse talento mais ou menos natural para jogar com os ciclos que continuamente se estabelecem dentro do curso do capitalismo como sistema em si---que está hoje [ou que permanece hoje] na base da mecânica essencial de acumulação de capital que permite identificar, dentro do sistema, as grandes figuras referenciais.
Relativamente ao estádio proteccionista tópico dos anos '20 e '30 [e à "cultura" que ele gera e alimenta mais ou menos implicitamente na sua super-estrutura cultu(r)al] a diferença é que, continuando os "acidentes" e as "crises" a constuituir para alguns oportunidades inestimáveis de negócio e, por conseguinte, de re/produção de mais capital, hoje isso representa já um "valor" que é abertamente estimulado [até nos próprios modelos de educatividade inscritos nos programas---e concretamente nos currículos---escolares...] em lugar de ser, como dantes, desencorajado e até ardilosamente 'escondido' numa moral dual cultivada "ad usum populorum" [e sempre supostamente autónoma relativamente à economia e à sua expressão política] ...

Mais: para que, no filme, a [possível] tentação de generalizar seja imediatamente desencorajada, a "chetória" do filme se encarrega de [como dizer?] "colar significadamente" aquelas práticas atrás referidas envolvendo um asticioso uso da crise para entesourar e re/produzir capital a uma figura perfeitamente identificada de lúbrico pretendente da "heroína", 'Bastiana'/Elsa Rumina, situando-se, pelo contrário, nas personagens 'boas' o lado desinteressada e mais expressivamente não-capitalista ['Caçarola'/Óscar de Lemos e 'Nazairinho'/João Manuel troçando das colossais quantias que 'ganham' e 'perdem' ao inocente jogo a que se dedicam e assim subtilmente des-valorizando o elemento dinheiro] e mais significadamente contemplativo ['Gonçalves'/Barreto Poeira] por meio de cuja personagem o realizador [que é, também, o argumentista] veicula a mensagem essencial do filme, extraída ela mesma do contemplativo e conformado/conformista subtilmente associado à ideia bíblica de 'homens de pouca fé' e/ou daqueles que não deixam de "crer" mesmo sem "ver", algo que fica, aliás, muito bem expresso nas sequências finais onde está, de modo perfeitamente claro, inscrita, a conclusão---a "lição" final---do filme: mais do que tomar iniciativas, é, "diz" ele, essencial manter viva a fé na providência, tal como os apóstolos na barca, aterrados com o 'apologal' sono de Jesus...

Nada disto, volto a dizer, retira valor ao filme [onde alguns---Luís de Pina, designadamente---viram, sobretudo, a "proximidade" conceptual e especficamente cinematográfica electiva de Epstein e de Flaherty mais do que, por exemplo, a de Eisenstein ou Pudovkin, os grandes teorizadores [não criadores, papel que cabe legitimamente muito mais a Abel Gance, por exemplo, cujo "La Roue" e, sobretudo, o seu faraónico e visionário "Napoléon": cf. designadamente as espantosamente modernas sequências da academia militar] do uso sintáctico estrutural da montagem no cinema.

Nem era o de retirar valor ao filme que aqui se tratava: é verdade que Brum do Canto nunca chegaria propriamente a confirmar a promessa inicial de uma carreira verdadeiramente única e referencial no cinema português; é verdade que, em "coisas" como, por exemplo, "Chaimite" [ele que curiosamente pareceu alimentar sempre, de um modo ou de outro, a intenção de deixar-se voluntariamente inspirar pelo "western"---"pai de todo o cinema de hoje", assevera, a propósito, João Bénard da Costa---e aí, no universo colonial português, teria um motivário de verdadeira eleição...] não parece ter-se preocupado muito em evitar instrumentalizar decididamente o Cinema a uma ideologia, por sua vez, muito datadamente conservadora e até abertamente reaccionária e colonialista.

Mas, na sua primeira longa metragem---esta, de facto, respeitabilíssima "Canção..."---ele consegue, sem dúvida um conjunto de excelentes---e muito promissores---momentos de Cinema que [e é esse, de facto, o nosso objectivo aqui] precisam, apesar da evidente qualidade cinematográfica que comportam, de ser devidamente contextualizados [como aqui se tentou, pois, ainda que de forma necessariamente incompleta, fazer] a fim de poderem ser mais adequadamente compreendidos "par rapport à son temps" [e ao nosso próprio, já agora!...] se me é permitido o francesismo...


Anexo


A Minha Casinha

Autores: Silva Tavares [música]
e António Melo [letra]
Que saudades eu já tinha
da minha alegre casinha
tão modesta como eu.
Como é bom, meu Deus, morar
assim num primeiro andar
a contar vindo do céu.

O meu quarto lembra um ninho
e o seu tecto é tão baixinho
que eu, ao ir para me deitar,
abro a porta em tom discreto,
digo sempre: «Senhor tecto,
por favor deixe-me entrar.»
Tudo podem ter os nobres
ou os ricos de algum dia,
mas quase sempre o lar dos pobres
tem mais alegria.

De manhã salto da cama
e ao som dos pregões de Alfama
trato de me levantar,
porque o sol, meu namorado,
rompe as frestas no telhado
e a sorrir vem-me acordar.

Corro então toda ladina
na casa pequenina,
bem dizendo, eu sou cristão,
“deitar cedo e cedo erguer
dá saude e faz crescer”
diz o povo e tem razão.
Tudo podem ter os nobres
ou os ricos de algum dia,
mas quase sempre o lar dos pobres
tem mais alegria.

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