...como dizia o Vinicius...
Quem já teve, com efeito, ao menos uma vez na vida, ocasião de:
1. Apreciar a barulheira ensurdecedora que fazem os foguetes (que tanto prazer proporcionam, ainda assim, aos pategos e aos lorpas em geral, numa evocação pacóvia, completamente absurda, tonta e hoje-por-hoje já, a todos os títulos, dificilmente justificável, da guerra);
1. Apreciar a barulheira ensurdecedora que fazem os foguetes (que tanto prazer proporcionam, ainda assim, aos pategos e aos lorpas em geral, numa evocação pacóvia, completamente absurda, tonta e hoje-por-hoje já, a todos os títulos, dificilmente justificável, da guerra);
2. Observar os resultados de um incêndio florestal provocado pela porcaria das canas a arder---que obviamente não escolhem sítios para cair;
3. Ver, na televisão (ou, de preferência, "ao vivo") depois de ela explodir exactamente em resultado da... nacionalidade da respectiva... "segurança", uma fabriqueta pirotécnica artesanal qualquer (construída nas proximidades de uma aldeola ela própria qualquer---as fabriquetas pirotécnicas quaisquer têm uma verdadeira "atracção fatal" por existirem---e volta-e-meia explodirem!---perto de aldeolas elas próprias quaisquer, seja-onde-for, por esse País fora...) para mais dotadas, como elas estão quase todas, de uma maneira geral, frabriquetas e aldeias, de segurança... "à portuguesa";
4. Ver as queimaduras infligidas aos corpos dos fulanos e fulanas que nelas até aí trabalhavam ou dos desgraçados que tiveram a pouca sorte de morar perto e ir diariamente, também muito "portuguêsmente", fechando os olhos à realidade, nas suas várias formas;
5. Assistir ao angustiante espectáculo da aflição e do desespero de um pacífico animal doméstico durante o absurdo (e, por via de regra, aparentemente interminável) tiroteio;
quem, dizia, reúne todas estas condições de requinte pessoal e consciência ambiental e social e acolhe como seu este modo tão... civilizado, tão ecológico e tão 'divertido' de "patuscar", destruindo, ao mesmo tempo, alegremente a paz de um lugar e a tranquilidade das pessoas e animais que nele habitam, esse está verdadeiramente "de parabéns" com a evidente vitalidade do modelo tradicional de "arraial pimbichunga" ("pimba-e-chunga") tão ternurentamente rústico, pífio e português e que parece (como o "Preço Certo em Euros" e as inenarráveis "novelas" da TVI, por outros "perfeitos" exemplos...) decidido a fixar-se definitivamente entre nós, tendo em nós achado as condições de "salubridade" e "clima civilizacional" (de "higiene cultu(r)al e até simplesmente mental) e, em termos genéricos, de (excelente!) acolhimento que fazem de um certo Portugal muito caracteristicamente "obscuro por atavismo e vocação" e "profundo por tradição", o habitat natural da inanidade, do (péssimo!) gosto e do próprio atraso na sua condição máxima e, para muitos, "ideal" de... "insecto perfeito".
[Na imagem: de Carlos Machado Acabado, "Krazy Krummy Kooner" e "Il Paese Tossico e Puzzante", colagem sobre papel, republicadas ambas de http://umnaoalexandreonirico.blogspo.com ]
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