"Homem algum é uma ilha, só, completa em si mesma e totalmente isolada do que a cerca.
Todo o homem partilha necessariamente com os restantes homens da Totalidade, como a ilha que, do mesmo modo necessário e igualmente indeclinável, a divide com todos os continentes.
Basta que um só grão da terra que a compõe seja levado pelo mar para que a Europa fique, de imediato, mais pobre como se, não o grão de terra, mas uma montanha inteira ou a morada do amigo de um de nós ou a nossa própria o tivessem sido.
A morte de um único ser humano deixa-me fatalmente mais pobre porque eu e ele temos a ligar-nos essa íntima condição comum de humanos que indissoluvelmente nos vincula um ao outro---e a mim, a mim próprio, de modo particular.
É por isso que, ouvindo tu o sino que dobra na morte de alguém que não conheces, nunca deves questionar-te por quem dobra ele: é sempre, seja qual for o caso, por TI que ele dobra".
[Na imagem: John Donne (1572-1631)]
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