segunda-feira, 31 de maio de 2010
"Pelas Vítimas do Combóio Humanitário..."
"Uma Democracia de Dentes Afiados!"
´"Uma Moral e uma Educação [Realmente] do Século XXI?"
domingo, 30 de maio de 2010
"Na Morte de Dennis Hopper"
" 'Se te apetece, para a frente! que importância tem?'
O meu coração o teu coração', escreveste"
Patsy Southgate, "Ninguém Opera Como Uma Máquina IBM", trad. port. Manuel de Seabra
Simpatizante e eleitor "republicano" [embora tivesse recentemente votado Obama---o que na América corresponde a um posicionamento politicamente significativo...]; colecccionador de Arte, poeta e artista plástico, será como o homem da desfixação e da contracultura que Hopper entrará numa certo legendário contra-cultu[r]al muito West Coast dentro ou em redor do qual avultam, de um modo ou de outro, nomes e "mitos" como os de Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Gregory Corso, Lawrence Ferlinghetti, Lenore Kandel ou, mais tarde, Wenders ou Lynch [o crepúsculo de um certo espírito de busca e de errância sempre, de uma forma ou de outra, potencialmente desesperada que "fecha", por completo, aí, com Wenders, sobretudo---veja-se dele "Paris, Texas" ou "Land of Plenty"] e "ideias/projecto" como esse de ir "pela estrada fora" em busca de si ou... de coisa alguma que, de alguma forma, liga, real ou figuradamente, todas essas referências.
Hopper, que era um homem do Actor's Studio, entrou na onda desse inquieto e não-raro desesperado Zeitgeist com uma "coisa" que rapidamente se tornaria cultu[r]almente incontornável que se chamou "Easy Rider"---a história de cuja acedência ao mitário cultu[r]al e contra-cultu[r]al ocidental envolve uma ironia imensa e pressupõe, mesmo, em si própria uma "subversão" clara às regras estabelecidas no sentido preciso em que sendo, como é, um filme "barato" e com aspectos francamente, no melhor [e, se calhar, num ou noutro momento, no pior também] sentido "de amador", venceu em popularidade e significado dezenas ou centenas de outros infinitamente mais ambiciosos e caros.
O filme, um clássico absoluto, tem o mérito de 'praticar aquilo que prega' e quando, numa sequência famosa, vemos, por exemplo, Hopper e Jack Nicholson fumando marijuana à luz de uma fogueira, eles não estão a fingir que fumam marijuana: estão, de facto, a fumá-la e, a dado passo, perdidos inclusivamente de drogados...
O "namoro" constante do filme com os "ritmos naturais da realidade" vai, todavia [tal como a poesia dos já citados Ginsberg ou Corso] mais longe: é o próprio objecto narrativo [ou poético, no caso dos escritores citados ou ainda cinematográfico, no caso das indescritíveis e perturbadoras "tranches de vie" dos filmes feitos por Warhol com a sua musa Sedgwick e o seu... "muso" Joe d' Alessandro] que se insurge enquanto tal contra as regras pré-estabelecidas para cada "genre".
Em "Easy Rider", Hopper recria a ideia de "narration" ou "narrativité fleuve" tradicional cinematizando-a e transformando-a num filme que vai, não, como na epoeia clássica, "direito ao horizonte" senão que, muito... existencialisticamente [outro aspecto subtil da... "metamorfosicização" do Zeitgeist epocal e cultural circundante, reinventando continuamente o próprio horizonte e fazendo-o/fazendo-se dentro do tal projecto teórico global de reencontrar nas Artes os "ritmos intrínsecos e naturais do real", num gesto de claríssima suspeita e mesmo aberta insurgência contra a "ortodoxia narrativa" estabelecida.
Como realizador, todavia, a tumultuosa, caótica e insurgente carreira de Hopper acabou num certo sentido exactamente onde se iniciou: em "Easy Rider". No filme seguinte, os excessos, em lugar de contribuirem para valorizar a própria narrativa e induzirem o sucesso, revelaram-se fatais [álcool e drogas marcaram toda a rodagem de "The Last Movie" cujo título seria, num certo sentido premonitório...] e Hopper viu-se [como Wells, por exemplo ou von Stroheim antes dele] condenado a desempenhar papeis de actor, alguns, aliáss, também clássicos como em "Der Amerikanische Freund" de Wenders ou em "Apocalypse Now" de Coppola [onde seria Martin Sheen a filmar alcoolizado e drogado, como Hopper em "Easy Rider"...]---ele que já desempenhara um curtíssimo papel no não menos clássico "Rebel Without a Cause"/"Fúria de Viver" de outro "maldito" do cinema, Nicholas Ray.
Recentemente, Hopper regressara à evidência depois da participação em "Blue Velvet" de Lynch e da nomeação para o Óscar de melhor Actor Secundário em "A Raiva de Vencer" de David Anspaugh.
Alcoólico com várias curas e diversas recaídas, viria a morrer de cancro da próstata no dia 29 de Maio de 2010, com 74 anos.
"True Lies..."
sábado, 29 de maio de 2010
"Condenados e... Mal Pagos!"
"Gostaria de habitar as várias esperanças ou Uma casa abrindo continuamente sobre a noite" [Repoetização de um Texto Anterior para E.]"
oh meu corcel memória esposa anil majestade de cristal
colheita de consumíveis sombras paisagem infirmada luar indiferente
dá-me a tua mão
imperfeito firmamento ou arco em lágrimas
noite paralisada
[que as armas viram florir e logo depois expirar...]
dá-me a tua mão
hora morta por asfixia ou ausência verde
estrela corrompida fadiga infecta
cobardia inútil
ou passado
infecundo e nímio
incesto inerte
dá-me a tua mão
incerteza cilíndrica
fronteira de luz
natureza digital
auspício ou norma
desfortuna informe
dá-me a tua mão
velha natureza dorsal
empréstimo subentendido
de luz
ou rápida cor
ave ou indústria
sopro
respiração muito jovem
sol revolto
prisioneiro fatal do próprio
curso
dá-me a tua mão
ciclone em fogo
ou boca da cidade
quadrante em pó
peito berço flor da morte
por onde os silêncios invadem progressivamente o corpo
e o lavam dos sons que já não tem
despojo assinatura
cadência de luz
muito jovem incerteza
coração inconsútil
ou vento abandonado à sua sorte
dá-me a tua mão
alva árvore
ou braçado de esplendores
cálculo de sangues desfiados
numa mão de puro ónix
o corredor dos dedos eriçados
...................................................................
Eu gostaria de habitar as primaveras de um povo
onde se movessem sempre as aves
e as águas
um povo vagabundo
da aurora fazer corpo palavras e lugar
para viver
como uma árvore indulgente
ou um sol de alumínio
ao labirinto do tempo ir buscar
o sol para roer
e a boca para amar
e entre hemisférios
[os breves hemisférios da respiração...]
na demasiada juventude construir finalmente
a nossa casa de diurnos sempre espaços ou de estrelas
abrindo continuamente sobre a noite!...
"Para Mim, É Uma História Nova, Se Faz Favor!..."
"BASTA!"
"Uma Consciência para o Mundo de Hoje"
sexta-feira, 28 de maio de 2010
"Um Povo que Nasceu Para Burro..."
quinta-feira, 27 de maio de 2010
"Universidade de «Vrije» ou Universidade de... «Libre»?"
"Razão, Inteligência e Civilização: Para Quê?"
quarta-feira, 26 de maio de 2010
"Moderato Cantabile"
"O Come! O Emmanuel!"
A figura-colagem explica-se pela referência implícita ao verbo "to ape", em inglês,"macaquear", "imitar" pela forma que não pelo espírito das coisas e situações imitadas ou macaqueadas.
[Colagem sobre papel da série "Mes Plus Belles Profanations"]
"J' Aimerais Un Jour Habiter Tous Les Printemps" des "Poèmes Pour E." [Texto em Construção]
oh mon charriot des neiges épouse bleue miroir hautain
récolte des ombres paysage flâneur lueur indifférent
donne-moi ta main
firmament inachevé voûte des larmes
nuit aveuglée
qui a vu fleurir les armes
donne-moi ta main
horloge essoufflé absence verte
étoile avariée fatigue ouverte
lâcheté inutile
passé fragile
inceste inerte
donne-moi ta main
incertitude brouillé
malheur vulgaire
donne-moi ta main?
âme partagée ou
conformité rebelle nature inepte
chasteté indocile
eau fragile
cœur ou transept
donne-moi ta main
vieille nature
ennemi ou armure
couleur si dure
oiseau ou ordure
aux haletons
flamme impure
soleil révolté
prisonnier
donne-moi ta main
cyclone coquète ou
bouche grisette
misère qui danse
poitrine berceau oh fleur de la mort
par où le silence
pénètre aux corps
butte butin
luth trottin
mandoline ou lutin
souffle éclairé
incertitude nubile
cœur inutile
donne-moi ta main
arbre blanche
bras ou manche
du sang une branche
de vie souvent
..............................................................................
de ses lieux si flous
de ses endroits si mobiles
faire notre foyer
en nommer domicile
en appeler chez-nous
Oh que je voudrais bien
comme un arbre enceinte
ou un soleil fulminant
du labyrinthe du temps
avec toi partager
les printemps