Gostaria de habitar um dia primaveras
oh meu corcel memória esposa anil majestade de cristal
colheita de consumíveis sombras paisagem infirmada luar indiferente
dá-me a tua mão
imperfeito firmamento ou arco em lágrimas
noite paralisada
[que as armas viram florir e logo depois expirar...]
dá-me a tua mão
hora morta por asfixia ou ausência verde
estrela corrompida fadiga infecta
cobardia inútil
ou passado
infecundo e nímio
incesto inerte
dá-me a tua mão
incerteza cilíndrica
fronteira de luz
natureza digital
auspício ou norma
desfortuna informe
dá-me a tua mão
velha natureza dorsal
empréstimo subentendido
de luz
ou rápida cor
ave ou indústria
sopro
respiração muito jovem
sol revolto
prisioneiro fatal do próprio
curso
dá-me a tua mão
ciclone em fogo
ou boca da cidade
quadrante em pó
peito berço flor da morte
por onde os silêncios invadem progressivamente o corpo
e o lavam dos sons que já não tem
despojo assinatura
cadência de luz
muito jovem incerteza
coração inconsútil
ou vento abandonado à sua sorte
dá-me a tua mão
alva árvore
ou braçado de esplendores
cálculo de sangues desfiados
numa mão de puro ónix
o corredor dos dedos eriçados
...................................................................
Eu gostaria de habitar as primaveras de um povo
onde se movessem sempre as aves
e as águas
um povo vagabundo
da aurora fazer corpo palavras e lugar
para viver
como uma árvore indulgente
ou um sol de alumínio
ao labirinto do tempo ir buscar
o sol para roer
e a boca para amar
e entre hemisférios
[os breves hemisférios da respiração...]
na demasiada juventude construir finalmente
a nossa casa de diurnos sempre espaços ou de estrelas
abrindo continuamente sobre a noite!...
oh meu corcel memória esposa anil majestade de cristal
colheita de consumíveis sombras paisagem infirmada luar indiferente
dá-me a tua mão
imperfeito firmamento ou arco em lágrimas
noite paralisada
[que as armas viram florir e logo depois expirar...]
dá-me a tua mão
hora morta por asfixia ou ausência verde
estrela corrompida fadiga infecta
cobardia inútil
ou passado
infecundo e nímio
incesto inerte
dá-me a tua mão
incerteza cilíndrica
fronteira de luz
natureza digital
auspício ou norma
desfortuna informe
dá-me a tua mão
velha natureza dorsal
empréstimo subentendido
de luz
ou rápida cor
ave ou indústria
sopro
respiração muito jovem
sol revolto
prisioneiro fatal do próprio
curso
dá-me a tua mão
ciclone em fogo
ou boca da cidade
quadrante em pó
peito berço flor da morte
por onde os silêncios invadem progressivamente o corpo
e o lavam dos sons que já não tem
despojo assinatura
cadência de luz
muito jovem incerteza
coração inconsútil
ou vento abandonado à sua sorte
dá-me a tua mão
alva árvore
ou braçado de esplendores
cálculo de sangues desfiados
numa mão de puro ónix
o corredor dos dedos eriçados
...................................................................
Eu gostaria de habitar as primaveras de um povo
onde se movessem sempre as aves
e as águas
um povo vagabundo
da aurora fazer corpo palavras e lugar
para viver
como uma árvore indulgente
ou um sol de alumínio
ao labirinto do tempo ir buscar
o sol para roer
e a boca para amar
e entre hemisférios
[os breves hemisférios da respiração...]
na demasiada juventude construir finalmente
a nossa casa de diurnos sempre espaços ou de estrelas
abrindo continuamente sobre a noite!...
[Na imagem: "A Realidade Existe?", colagem sobre papel e cartão de Carlos Machado Acabado]
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