sábado, 20 de março de 2010

"É Possível..."


... que haja uma cidade mais límpida e, ao mesmo tempo, mais íntima, humana, definitiva---e total do que tu, Lisboa?
Não creio...

2 comentários:

Ezul disse...

Linda cidade branca que eu sinto como um regresso, como uma saudade antiga que me aguarda além da ponte.
Chamo-lhe minha, como nunca fiz a qualquer cidade ou vila deste lado do rio. Daqui, só pertenço aos campos aonde também o meu avô pertencia, ele que foi o grande feiticeiro que me fez aprender os segredos da terra. Foram esses segredos que me permitiram transformar as ondulações dos montes e das searas em mar, que me levaram aos rios… Por coincidência, ou não, nunca morei numa terra que não tivesse um rio, uma ribeira, ou um mar…
Essa cidade “íntima, humana”, era a cidade de meu pai, que sabia chamar pelo nome as suas ruas, os seus recantos, a sua alma. Chamo-lhe minha mas… meu é apenas esse vaivém constante entre uma margem e a outra.

Carlos Machado Acabado disse...

Ezul: Mordo-me de inveja da sua eloquência tão límpida, tão serena, tão sábia e tão delicada.
Tão consonante com o 'espírito do lugar'!
Dá vontade de ser rio ou cidade para ser assim lido e interiorizado---sentido!