Um exemplo esclarecedor relativamente ao tipo de modelo de “desenvolvimento” escolhido por Portugal é-nos dado por uma notícia do “Público” de 02.10.10 envolvendo aquilo que o jornal designa pelo “abrandamento” da “queda” anteriormente verificada no “mercado automóvel”.
Ora, a verdade é que só num país que fez da desactivação sistemática da rede ferroviária [muito menos poluente e por isso ambientalmente muito mais sustentável do que a rodoviária] toda uma [não] política de transporte e, de um modo mais geral, de [des] organização económica e que, cumulativamente, ainda não percebeu que entre as valências já existentes no âmbito do [aliás, como tantas vezes tenho dito e arguido: impropriamente] chamado ‘Estado social’ deviam há muito estar incluídos os transportes públicos que, com efeito, imperativos primários de sustentabilidade ambiental básica deviam ter conduzido a que estivessem hoje já substantivamente retirados da esfera do negócio privado e integrados numa rede de serviços públicos essenciais ao lado da Educação, da Saúde e da Justiça; só num país com estas características de disfuncionalidade crónica económica e ambiental, dizia, pode o “atenuar [d] a queda das vendas de automóveis” motivado pela “política” de “incentivos fiscais à troca de carro” ser visto como constituindo um dado positivo e algo em si mesmo ambicionável e desejável.
É evidente que a troca de modelos antigos e em princípio mais poluentes de veículos automóveis por outros modelos mais recentes e de menores consumos e negativos impactos ambientais é, em princípio, um dado relativamente positivo.
Agora, não é menos verdade [e devia ser também evidente para quem tem a responsabilidade de conduzir em geral as diversas políticas de um país] que qualquer factor que potencie o uso descomedido e, de um modo ou de outro, indiscriminado do carro assim como, num plano mais lato, qualquer [não] política que transfira de forma [as] sistémica para a rede viária todo ou quase todo o fluxo da mobilidade de um país é do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade global do país e do planeta uma má política que [e porque!] insiste numa disjunção ou numa esquizofrenia completamente irresponsáveis que têm, porém, sistemática [e até sistemicamente] marcado as políticas económicas modernas das sociedades ocidentais entre “desenvolvimento”, por um lado e “ambiente” ou “sustentabilidade”, por outro.
Na realidade, há muito já que devia fazer parte do património de conhecimento implícito verdadeiramente moderno, transversal a todos os saberes e, por conseguinte, também a todas as politicas; isto é, há muito que devia constituir perspectiva informante estável e tópica dos diversos domínios da Teórica como da Prática das sociedades modernas o conceito de “organicidade nuclear do paradigma desenvolvimental” que é como quem diz que essa forma estruturalmente disfuncional e alienada de "desenvolver-se" que consiste em “cindir o átomo” no interior do paradigma desenvolvimental imaginando-o absurdamente divisível entre progresso e pressupostos de possibilitação ambiental [que tantas calamidades tem trazido à vida no e do planeta a ponto de hoje estar em causa a própria sobrevivência mais ou menos imediata deste, tal como o concebemos] devia há muito ter sido erradicada dos nossos modos estáveis, dos nossos modos [a] civilizacionais de idear e representar o mundo.
Pessoalmente, creio mesmo que aqueles [poucos…] que hoje pensam de forma crítica e independente o mundo em que vivemos se deparam, nos tempos que correm, com todo um conjunto completamente novo de modos que a agnosia e a iliteracia têm de se apresentar e de interagir disfuncionalmente com a realidade nas suas diversas formas---modos esses que, num certo sentido são ainda mais perigosos do que aqueles que historicamente os precederam exactamente porque operam sobre quantidades [e qualidades!] exponenciais de conhecimento cujo manuseamento implica, por isso mesmo, riscos de que os modelos técnicos e tecnológicos tradicionais de ignorância estavam, por definição, isentos.
Ora, a verdade é que só num país que fez da desactivação sistemática da rede ferroviária [muito menos poluente e por isso ambientalmente muito mais sustentável do que a rodoviária] toda uma [não] política de transporte e, de um modo mais geral, de [des] organização económica e que, cumulativamente, ainda não percebeu que entre as valências já existentes no âmbito do [aliás, como tantas vezes tenho dito e arguido: impropriamente] chamado ‘Estado social’ deviam há muito estar incluídos os transportes públicos que, com efeito, imperativos primários de sustentabilidade ambiental básica deviam ter conduzido a que estivessem hoje já substantivamente retirados da esfera do negócio privado e integrados numa rede de serviços públicos essenciais ao lado da Educação, da Saúde e da Justiça; só num país com estas características de disfuncionalidade crónica económica e ambiental, dizia, pode o “atenuar [d] a queda das vendas de automóveis” motivado pela “política” de “incentivos fiscais à troca de carro” ser visto como constituindo um dado positivo e algo em si mesmo ambicionável e desejável.
É evidente que a troca de modelos antigos e em princípio mais poluentes de veículos automóveis por outros modelos mais recentes e de menores consumos e negativos impactos ambientais é, em princípio, um dado relativamente positivo.
Agora, não é menos verdade [e devia ser também evidente para quem tem a responsabilidade de conduzir em geral as diversas políticas de um país] que qualquer factor que potencie o uso descomedido e, de um modo ou de outro, indiscriminado do carro assim como, num plano mais lato, qualquer [não] política que transfira de forma [as] sistémica para a rede viária todo ou quase todo o fluxo da mobilidade de um país é do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade global do país e do planeta uma má política que [e porque!] insiste numa disjunção ou numa esquizofrenia completamente irresponsáveis que têm, porém, sistemática [e até sistemicamente] marcado as políticas económicas modernas das sociedades ocidentais entre “desenvolvimento”, por um lado e “ambiente” ou “sustentabilidade”, por outro.
Na realidade, há muito já que devia fazer parte do património de conhecimento implícito verdadeiramente moderno, transversal a todos os saberes e, por conseguinte, também a todas as politicas; isto é, há muito que devia constituir perspectiva informante estável e tópica dos diversos domínios da Teórica como da Prática das sociedades modernas o conceito de “organicidade nuclear do paradigma desenvolvimental” que é como quem diz que essa forma estruturalmente disfuncional e alienada de "desenvolver-se" que consiste em “cindir o átomo” no interior do paradigma desenvolvimental imaginando-o absurdamente divisível entre progresso e pressupostos de possibilitação ambiental [que tantas calamidades tem trazido à vida no e do planeta a ponto de hoje estar em causa a própria sobrevivência mais ou menos imediata deste, tal como o concebemos] devia há muito ter sido erradicada dos nossos modos estáveis, dos nossos modos [a] civilizacionais de idear e representar o mundo.
Pessoalmente, creio mesmo que aqueles [poucos…] que hoje pensam de forma crítica e independente o mundo em que vivemos se deparam, nos tempos que correm, com todo um conjunto completamente novo de modos que a agnosia e a iliteracia têm de se apresentar e de interagir disfuncionalmente com a realidade nas suas diversas formas---modos esses que, num certo sentido são ainda mais perigosos do que aqueles que historicamente os precederam exactamente porque operam sobre quantidades [e qualidades!] exponenciais de conhecimento cujo manuseamento implica, por isso mesmo, riscos de que os modelos técnicos e tecnológicos tradicionais de ignorância estavam, por definição, isentos.
[Imagem ilustrativa extraída com a devida vénia de noticiasautomotivas-dot-com-dot-br]
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