sábado, 22 de maio de 2010

"Just How Backward Can We Get?"


Da minha, relativamente longa [e, pelos mais diversos motivos, nem sempre fácil!] carreira docente, recordo, da última fase, cumprida numa escola secundária do interior, com particular desconforto pessoal e profissional, três episódios todos eles unidos entre si pelo denominador comum da Cultura e, especificamente, da atitude da comunidade escolar relativamente a ela.

Protagonizaram sucessivamente os três episódios que refiro, o Maestro José Atalaya [que devotadamente se prontificou a dirigir uma sessão de introdução à Música e de fomento do conhecimento e do gosto musicais entre os alunos da instituição onde eu leccionava Inglês]; o Cendrev, o Centro Dramático de Évora, que com idêntica perspectriva de devotado fomento da cultura teatral se disponibilizou para apresentar um espectáculo no Cine-Teatro local e, por fim, indirectamente o grande cineasta francês recentemente desaparecido, Eric Rohmer, cujo clássico "Ma Nuit Chez Maud", igualmente aí passou.

Devo desde já adiantar que a reacção do público escolar ao qual se destinavam as três iniciativas foi, para pôr a questão em termos, chamemos-lhes: contidos, amenos e tão simpáticos quanto possível, verdadeiramente deplorável.

Não me vou alargar em pormenores, apenas referir que ela contituíu, efectivamente, um óbvio e tremendo embaraço para a escola e, designadamente, para os professores que, como eu próprio no caso concreto da sessão com o maestro Atalaya, na circunstância a representaram.

Creio mesmo que a exibição do filme de Rohmer não terá chegado ao seu termo, decidindo, se bem me lembro, os professores do grupo pedagógico que a haviam promovido, a dado passo suspendê-la definitivamente.

Esta deplorável sequência de episódios que culminaram na inimaginável sessão com o maestro teve mesmo prolongamento em Conselho Pedagógico e foi aí que o meu incómodo e o meu embaraço originais com tudo isto se converteram, de forma, aliás, totalmente imprevista e, à partida, dificilmente imaginável, em escândalo e na mais completa incredulidade.

É que, em vez de verberar firmemente o comportamento verdadeiramente inqualificável dos seus alunos e eventualmente avançar mesmo para medidas concretas, não necessariamente punitivas mas, com certeza, de esclarecimento [sempre acompanhado da mais firme e incondicional condenação pelos factos ocorridos, aliás!] optou o Conselho, para minha completa surpresa, repito, por criticar severamente a escolha da peça, no caso do grupo teatral, do catálogo musical, no da sessão com o maestro e, por fim, até o grupo pedagógico que [com escassa sensibilidade cultural e especificamente pedagógica e ainda menos cultura cinematográfica, é preciso dizer!...] não achou melhor forma de lidar com a parte que mais directamente lhe coube neste tristíssimo conjunto de incidentes que desprestigiaram a escola e, directa ou indirectamente, puseram em causa o próprio corpo docente da mesma... apresentar desculpas pela escolha do filme [recordo distintamente os qualificativos apresentados] que era, penitenciavam-se os colegas, uma obra "filosófica e a preto e branco" [!!].

Como se um filme ser filosófico [?] fosse uma defeito e o preto-e-branco uma qualquer imperdoável mácula ou desdouro que adicionalmente agravasse o pecado... original!

Não se questiona a leviandade evidente da opção pela obra de Rohmer tratando-se de jovens em idades muito precoces: questiona-se, sim, o péssimo serviço prestado à Cultura exactamente numa idade ou num leque de idades em que as referências, culturais e não só, se constroem e o gosto se direcciona e consolida----e questiona-se---verbera-se!---muito em particular a caução dada pelo órgão pedagógico por execelência de uma escola pública a uma atitude que, não tive dúvidas em dizê-lo na circunstância como não tenho em reiterar agora, se aproxima perigosamente do puro e simples fascismo...

É, com efeito, uma atitude em si mesma tipicamente fascista essa de reagir ao que não se percebe, agredindo-o e há que ter a coragem de reconhecer que caucionar esse tipo de comportamento não é exactamente aquilo que se espera e muito menos se deseja de uma escola responsável e consciente do seu papel, naturalmente fulcral, na formação da consciência [ética, estética, cívica, etc.] dos indivíduos que a frequentam e, por conseguinte, no limite, inevitavelmente da própria sociedade em que está inserida.

Haveria muitas formas de censurar esta insólita e absolutamente indesculpável---objectiva, ao menos---cumplicidade com aquilo que é um acto de barbárie cultural... "em botão" admissivelmente compreensível em indivíduos muito jovens e, além disso, como era o caso, com escassa formação cultural mas completamente imperdoável em pessoas adultas, profssionais que fazem da educação uma carreira e a prática de uma vida inteira.

Perdeu-se assim uma ocasião objectivamente, ao fim e ao cabo, "perfeita" para educar naquilo que é a própria base de qualquer acto educativo, por muito simples e banal que possa ser: a construção consciente e cuidada da atitude de disponibilidade intelectual, firme e clara, para o novo; a indução e o fomento da postura de receptividade permanente para o desafio do diferente ou, no mínimo dos mínimos, o fomento e a construção do respeito devido a qualquer daquelas características anteriormente citadas na condição, pedagogicamente fecunda e essencial, de indutores absolutamente fundamentais de desenvolvimento intelectual e cognitivo e de progresso mental, em termos amplos e dinâmicos.

Na prática, o que a atitude da escola, através da postura do seu Conselho Pedagógico, reflectia era uma preocupante insensibilidade cultural que [muito mais do que na---questionável---escolha dos instrumentos com que pretendera---apesar de tudo, generosamente, sem dúvida---contribuir para alargar os horizontes culturais dos seus alunos] se reflectia nessa gritante incapacidade para lidar com os fenómenos de primarismo cultural e mental cujo futuro, porém, se decide exactamente, em larguíssima medida, aí, na idade em que, como atrás digo, o gosto se forma e as referências se decidem e vão irreversivelmente sedimentando.

Não temos hoje, com efeito, nem uma verdadeira escola da inteligência e do conhecimento onde a forma e os mecanismos basais nucleares de qualquer daquelas realidades sejam consistentemente transmitidos por uns e assimiliados por outros nem---o que é mais grave e mais preocupante ainda!---condições técnicas e políticas para tê-la.

Temos sucessivos ministérios geridos por gente indescritivelmente incompetente e demasiadas vezes medíocre---sendo algumas dessas pessoas verdadeiros indigentes mentais sem ideias, sem políticas, sem perspectivas, sem coisa alguma.

Temos associações de pais que são outros tantos absurdos e impensáveis "sindicatos discentes", com uma visão estúpida e permanentemente "guerreira" da relação professor [ou escola]/aluno na qual se obstinam em ver uma espécie de cópia caricatural feita à pressa e a papel químico da luta de classes quando não do que em matéria de relações enttre indivíduos ocorre nos tribunais com os juízes e os réus.

Temos governos para quem o Ministério da Educação é, em última instância, na prática, uma espécie de filial ou de entidade sempre desoladoramente ancilar do da Economia e do das Finanças, um gigantesco [um tentacular!] gabinete de contabilidade com professores e alunos dentro... "para disfarçar" e manter até onde for possível a ficção de uma educação pública com a qual, porém, já há muito, ninguém sabe exactamente o que fazer.

Temos professores avaliados "a martelo" pelo critério [ou pela completa e escandalosa falta dele!] desta gente toda apenas interessada em "fazer pela vidinha" ou "pela carreirinha" nuns casos, em pavonear-se em terrenos que deviam ser sempre domínios escrupulosamente técnicos convenientemente protegidos por quem é eleito para assegurar que daquilo que faz, no fim do percurso... sai Educação e sai Cultura; gente que anda por ali sem ter a mínima noção do que anda a... desfazer no pouco que aos professores vai ainda sendo possível [no meio de todo este mar de inépcias e desta torrente completamente descomandada e, na prática, objectivamente incontrolável de vaidades mesquinhas] fazer.

O resultado está à vista e os exemplos que referi dão da deprimente realidade do nosso universo educacional institucional público uma ideia infelizmente bem esclarecedora e eloquente.

Recordei aquela triste sequência de episódios que ficaram a manchar os últimos anos da minha prática docente a propósito do recente "caso" da professora de Mirandela.

Não conheço nem estou especialmente interessado, avanço desde já, em conhecer os pormenores do "caso".

Dele interessa-me, tal como nos outros que referi extraídos da minha própria prática docente, destacar a oportunidade perdida por todo um sistema educativo que reclama a toda hora uma "autonomia" que, porém, é manifesto que não tem capacidade nem idoneidade cultural e institucional para exercer; deste caso, dizia, interessa-me, sobretudo, destacar em abstracto, a oportunidade perdida para a Academia [incluo nela, obviamente, a Universidade] assumir o papel cultural que devia caber-lhe na luta contra o obscurantismo e os fantasmas que ele fatalmente traz consigo para todos os âmbitos, níveis e planos da sociedade portuguesa.

Que me conste a docente não foi afastada do ensino [leia-se: punida com a proibição do exercício de uma profissão que por acaso também é a minha] em caso algum por não estar perfeitamente habilitada para desempenhá-la---isso é algo que ninguém, tanto pude apurar das declarações das partes envolvidas, põe sequer, em momento algum, em causa.

A docente foi punida, na realidade, por ter aquilo que toda a gente tem e que é um corpo.

Esta incapacidade quase estrutural que como sociedade temos para lidar com o nosso próprio corpo é algo que assusta pelo que é e pelo que significa.

É um verdadeiro fantasma cultu[r]al que ninguém tem coragem para afrontar [a Câmara Municipal não a teve, a escola local tão-pouco] enquanto a Universidade permanece muda, a Cultura em geral "tem mais que fazer" e o atavicamente medievalizado "Portugal profundo" rejubila porque todo o edifício da Cultura nacional lhe deixou, afinal, um dos seus fantasmas preferidos mais uma vez completamente intacto e na... "sagrada" [neste caso, bem questionável!] paz das coisas eternas e intocáveis.

Houve incompetência da parte da professora?

Parece que não---volto a dizer: ninguém o contende.

Protagonizou ela comportamentos efectivamente indecorosos, demonstravelmente imorais, comprovadamente anti-sociais e capazes de pôr fundamentadamente em causa a convencional moralidade e os não menos consagrados e geralmente reconhecidos bons costumes?

Despiu-se---algo que toda a gente faz, pelo menos uma vez por dia, milhares ou milhões de vezes ao longo da vida, eis tudo!

O proibido---o pecado---é, pois, o próprio corpo.

Já nem é o que se faz com ele: é o corpo, ponto final.

Ou seja: em pleno século XXI, em Portugal, o corpo permanece [como em qualquer obscuro recanto temporal e cultu(r)al dessa Idade Média---em inglês: "dark ages"...---de onde, afinal, pelos vistos nos obstinamos como sociedade em não sair] algo de "física e materialmente inconfessável"---já nem é, repito... "in-exercível": é mesmo inconfessável---algo que é preciso elidir, pôr entre parênteses, ter mas não revelar, não... confessar, etc.

Diz alguma... "boa gente" da terra que é "mau exemplo para os jovens"---resta saber de quê.

Se, com efeito, um professor, por exemplo, fumar nas instalações escolares [o que faz na sua esfera privada é outra história, entenda-se!...] além de, hoje-por-hoje, violar uma lei [que tardou, de resto, anos em ser aprovada] dá, objectivamente, porque ninguém disputará honestamente que fumar é algo de demonstravelmente nocivo, um exemplo negativo na medida em que, queira-o ou não o fumador, ao menos potencialmente, corre sempre por definição o risco de encorajar quem o escuta noutras matérias---os respectivos alunos, a população escolar---a fazer outro tanto no que aos hábitos higiénicos pessoais diz respeito.

Mas... ter corpo é mau?

Suficientememte mau, erm qualquer caso, para ocultá-lo das outras pessoas, igualmente portadoras de um---pelo menos até ao pescoço, até à cabeça---à parte exterior desta uma vez que por dentro, até que me provem o contrário, para além de sombras e de um insondável mistério generalizado, permance duvidoso o que mais pode por lá reinar...

É, insisto, o corpo é em si mesmo uma coisa perversa que só se pode ter escondida, que apenas se pode possuir às ocultas, [quase?] na clandestinidade, quase como se de um crime se tratasse?

O problema, devo recordar, até nem é despiciendo porque, se se tapar... demais, outro tipo de problema pode, de imediato, ser gerado---porque isto de loidar com sociedades interiormente primitivas tem "que se lhe diga": haja em vista o que se passa, por exemplo, em França ou na Bélgica com o lenço islâmico por exemplo---e aí o problema da opressão cultu[r]al, da acção disfuncional do moralismo "vigilante" já "passou para o outro lado": aí, a questão é, com efeito, a de... ter roupa a mais...

Quem decide se é de mais ou de menos?

Está-se mesmo a ver, não?

As boas almas, o "bom povo" instituído em "lynching mob dos costumes"

Mau exemplo?

Cá para mim, o mau---o péssimo, o cultural e existencialmente criminoso---exemplo é, pelo contrário, esse de alimentar fantasmas e cultivar obsessões, sombras, espectros individuais e colectivos, monstros mais ou menos inconscientes [ remetidos para lá, para esse insondável limbo onde se geram as mais perversas monstruosidades e onde nascem as mais perigosas abjecções das sociedades e dos grupos humanos e lá continuamente alimentados com reacções da mais acéfala, obscurantista e, a todos os títulos, condenável cumplicidade material como estas agora tidas pelas autoridades municipais e escolares] papões que fazem da sociedade em que vivemos um pouco mais a "sociedade neurótica" [e às vezes, o mero "bando", a simples e histérica "mob", que, afinal, tão obviamente seguimos colectivamente, na paz do... Senhor, sendo.

Razão tinham o dramaturgo Nelson Rodrigues e o cineasta brasileiro, Arnaldo Jabor, em titular o primeiro uma peça sua primeiro e em conservar o segundo no filme que a partir dela fez o título original: "Toda a Nudez Será Castigada".

A da própria Verdade, seguramente, já dizia Eça...

É assim entre as sociedades primitivas, sobretudo entre aquelas que teimam em permanecer nessa triste e abominável condição ao longo dos tempos e das eras, incansavelmente um após outra, obstinadamente uma após outra...

3 comentários:

Ezul disse...

O que parece uma realidade incontornável é que este povo nunca se libertou verdadeiramente da presença da Inquisição e da Ditadura. Parece que as suas sementes passaram as barreiras do tempo e que perpetuaram a tacanhez de espírito, a atrofia do raciocínio e da capacidade crítica, a falsa moralidade, a predisposição para perseguir e condenar. Realmente, este povo pratica a cultura do faz de conta, valoriza o supérfluo, e faz questão de enfrentar a realidade com a essência contida no desabafo: “ Hoje preciso de ver novelas e de ler revistas que não me obriguem a pensar!”. É que, neste país (que pelos vistos há-de continuar a ser sempre um país triste), por uma razão ou por outra, as pessoas continuam a negar-se a si próprias, a esconderem-se. Não faço ideia se a tal professora tem possibilidade de recorrer à justiça, gostaria de acreditar que sim, e que esta penalizasse quem a afastou das actividade extra-curriculares. É de lamentar que se indignem tanto com as fotos que apareceram publicadas numa revista para adultos, mas que ninguém questione o facto de vivermos numa sociedade que abre a possibilidade das crianças terem acesso a essas mesmas revistas, já para não falarmos de jogos e de programas que estimulam a violência, e ainda da constante demissão do educadores em relação ao acesso das crianças e dos jovens à Internet, com os riscos daí inerentes. Não, a professora é que é uma “pecadora”! É muito mais fácil assim! As outras questões não existem, nem memo quando uma criança e outro professor morrem num rio… Não, neste país, os actos verdadeiramente indecentes ficam sempre de lado, arquivados, de preferência após um inquérito de fachada.

Gonçalo disse...

Concordo com o que escreveu a Ezul, de facto é desesperante ver como não se conseguem superar certos fantasmas: foi o caso do livro em Braga, com a vergonhosa queixa às autoridades ao bom velho estilo beato e patético do Portugal obtuso e mesquinho,foi o padre que se quis casar,etc.
Vive-se de facto no faz de conta,o grande problema da Educação foi a professora que se despiu.
Isso é que é preocupante não são os alunos que quase se matam uns aos outros,o miserável aproveitamento de muitos deles para não dizer a grande maioria,professores incompetentes,pais irresponsáveis,educação sexual sem critério lecionada conforme os caprichos de cada um,desporto escolar idem, excesso de disciplinas muitas delas inúteis,
programas de televisão alguns a passarem na televisão pública a toda a hora porcarias como "Preço certo","Pai à força" ou "Cidade despida" alguns com todo o tipo de violência, mas não: mostrar o corpo
mesmo sem qualquer indicação de pornografia é que não pode ser,eu vi as fotos e há revistas muito mais sugestivas que os miúdos compram tal como consomem alcóol cada vez mais cedo, eis outro problema que não choca tanto, o alcoolismo juvenil, porque será?

Sobre a relação da Escola com a cultura então nem vale a pena falar,penso que o que se passou em Évora passaria-se em qualquer outro lado,teria que haver outro entendimento por parte da tutela para que esses modelos direi de ponte educação/cultura, como não há de educação/desporto
preparando os mais novos para actividades extra escolares, que ajudassem, ou melhor que teriam de ser essenciais na sua formação como indivíduos, na sua integração na sociedade mas para isso teria de se inventar outra sociedade e com uma Democracia verdadeira de preferência para enquadrar isso porque de outro modo são actividades louváveis mas são actos de carolice isolados e que não atingem os objectivos.

Carlos Machado Acabado disse...

Ezul levanta, entre outras, igualmente pertinentes uma questão que é a do fundamento jurídico da decisão de afastar/punir a professora.
De facto, a questão tem aspectos que envolvem o tema da liberdade individual num plano que é filosófico e cívico mas tem outros que implicam aspectos jurídicos muito concretos: pode-se punir uma professora impedindo-a de exercer a sua profissão para desempenhar a qual NADA no plano técnico porque se despiu para uma revista fora da escola e fora das horas de serviço?
Que artigo de que lei foi invocado para tanto?
Dito de outro modo: que lei violou a professora?
Se não violou qualquer lei, o impedimento de exercer a profissão é legal?
è questionável se moralmente tem fundamento: depende da idweia de moral de cada um; agora, uma coisa é a discordância moral, outra é o despedimento APENAS com base na discordância de alguém.
Fica-me, pois, exactamentre a mesma dúvida de Ezul.
E, depois, que pensar de uma sociedade que acha imoral uma revista mas ... a esgota dos escaparates?
Como exercício de hipocrisia e farisaísmo não está mal, não senhor!
É aliás um retrato detalhado deste exercício que o Gonçalo Eusébio traz e basta lê-lo para se perceber como "isto" está, de facto, tudo errado e tudo fora do lugar.
Chegou-se, na realidade, a um ponto em que já não bastavam ministros e, sobretudo, políticas novos: era já quase preciso um país novo com gente completamente nova, também!
É uma ironia?
É mas bem amarga!...
Um abraço aos dois!