Calcula a imprensa de hoje em cerca de duzentos e oitenta milhões de euros o que "a economia" portuguesa perde se cinquenta por cento da população laboral nacional aderir à Greve Geral de amanhã.
Não interessam aqui muito nem as cifras exactas nem os cálculos feitos para obtê-as.
A mim, pelo menos.
Aquilo que, a mim, pessoalmente me interessa é:
Primeiro, que uma greve, geral ou não, só interessa se constituir o início, nunca o fim específico, de um processo.
Ou seja: entendida como um objectivo em si [e é, no fundo, sempre, de um modo ou de outro, nessa condição terminal ou ciclicamente terminal que as greves e até as manifestações de rua são entendidas numa 'sociedade cívica e política' sem uma cultura de intervenção e de organização democrática e popular minimamente estabelecida e consistente como a nossa]; entendida, pois, como fim, dizia, as greves acabam sempre, em última análise, por resultar benéficas para o sistema na medida em que operam como um "letting out of steam" e tendem a criar nas massas uma falsa [e perversíssima!] noção de poder que, todavia, se esgota naturalmente em si mesmo, do processo não resultando, a prazo, qualquer alteração efectiva da realidade económica e política em si mesma e como tal.
No plano imediato isso é, sem duvida, muito claro.
É evidente que para o poder económico-político vigente é até util conhecer [e quantificar!] um certo sentir geral das massas a fim de gerir, ajustando-os no plano mais ou menos mediato, os mecanismos de alternância do poder por meio dos quais este é, em geral, mantido nas sociedades onde o modelo de democapitalismo vigora.
Mas essa está, como facilmente se compreende, muito longe de constituir uma vantagem estratégica para o conjunto da sociedade sendo-o, isso sim, pelo que acabo de referir, ao contrário, para o poder económico e político seu adversário na partilha social e política das formas de poder real.
Não me restam, por tudo isso, muitas dúvidas de que qualquer greve só pode ter efeitos reais do ponto de vista de quem a faz se for política.
Hoje mais do que nunca, com efeito, tendo presente o agudizar drástico da crise persistente interna, global, do modelo, a única solução admissivelmente eficaz dos problemas económicos [eu diria mesmo: do problema económico!] é política.
Não faz hoje, já qualquer sentido [e considero muito sinceramente que era nisto que o sindicalismo contemporâneo devia nuclearmente reflectir] lutar por, exemplo, por aumentos salariais quando o problema estrutural resulta da própria natureza específica de uma máquina económica e política [económico-política] que deixou de "saber empregar", i.e. que "mutou" des/estruturalmente o seu próprio paradigma operativo e operacional básico, primário, trocando o recurso tradicional, pré-tecnológico ou sobretudo técnico, ao capital variável pelo recurso natural, intensivo e extensivo, ao capital constante.
Ou seja: em resultado do modo particular, tópico, "significado", volto a dizer: des/estrutural, como o capitalismo tecnológico pós-industrial integrou em si historicamente o Conhecimento [como uma propriedade privada e um proto- ou um pré-capital essencial, uma matéria-prima indispensável nos mecanismos de re/produção contínua do mesmo, as "crises" de hoje, quando se trata de emprego, são cada vez menos conjunturais e cada vez mais estruturais e ínsitas ao modelo, não se dissociando nem distinguindo tendencial ou realmente já dos seus padrões normais de funcionamento.
Isto é, do ponto de vista dos detentores do capital, do capital constante como do capital variável, são exactamente níveis altos de desactivação deste último, do capital variável, por troca com outros inversamente proporcionais da valência constante aquilo que o sistema procura como, chamemos-lhe 'objectivo funcional' ou 'estratégico' muito claro.
Não se pode, com efeito, aplicar à máquina produtiva uma componente cada vez mais determinante de tecnologia na forma de máquinas cada vez mais 'inteligentes' e, depois, dizer que a desactativação consequente do trabalho humano representa um acidente [ou uma mera "crise"] sem expressão e relevância sistémicas específicas muito reconhecíveis e, de qualquer modo, facilmente entendíveis.
Mas é não menos essencial que percebamos as conquêncvias estruturais dessa realidade e o modo como ela altera radicalmente a nossa ideia e os nossos paradigmas de relacionalidade tópica entre o universo laboral, o mundo do trabalho e, por um lado, a sociedade em geral e, por outro, o modo de vida das pessoas, a possibilidade de elas sobreviverem e permanecerem razoavelmente integradas na sociedade, de um modo muito particular.
Dito de outro modo: se o paradigma laboral estreita de forma inevitável e natural nas sociedades com crescentemente elevados índices de integração e absorção tecnológicas, a consequência só pode ser que a sobrevivência material, objectiva, concreta de um número crescente de pessoas seja, a prazo, posta em causa.
Não apenas delas, aliás, mas, como tantas vezes tenho dito, do próprio modelo no seu todo por razões óbvias: sem trabalharem, as pessoas não podem contribuir para a reserva de riqueza pública funcional que permite alimentar continuamente o modelo [com a mediação do Estado dito "social"] e a prazo a tendência inevitável deste é naturalmente tornar-se inviável e bloquear.
Mas esse é um problema do sistema e de quem dele sobretudo beneficia.
Do ponto de vista de quem pretende corrigir as disfunções estruturais do modelo, a questão principal passa, no imediato, por uma redefinição e readequação do paradigma de organização sindical.
É preciso continuar a ir ao encontro dos trabalhadores, obviamente, a fim de enquadrar as suas legítimas aspirações colectivas em matérias que são próprias de quem trabalha para outrem como os salários ou os horários de trabalho mas, dado exactamente que muitos desses trabalhadores ou potenciais trabalhadores, fazem hoje parte de uma crescente categoria ou mesmo classe social que é um autêntico "desproletariado estável e orgânico" do modelo económico---que ele rejeita funcionalmente e a quem paga subsídios mais ou menos regulares para permanecerem fora do mundo da produção continuando, porém, a agir como mercado; mas, assim sendo, dizia, é preciso ir buscar essa nova classe cada vez mais integrada no próprio tecido básico do modelo à sociedade civil para onde ela foi remetida e organizar a defesa dos seus legítimos interesses aí mesmo, nessa sociedade civil como tal.
É essa a base, o pressuposto básico da minha tese de que os futuros sindicatos têm de ser 'sindicatos cidadãos', com muitas características comuns com as "comissões" e até com as cooperativas que o 25 de Abril fugazmente gerou [ou permitiu que se gerassem ou até que ele apenas redescobriu e reactivou] à época, criando um posteriormente gorado embrião do que poderia ter sido a "via original portuguesa" para o socialismo.
É também por isso, porque esa luta extravasa dos modelos tradicionais de sindicalismo permeando clasramente para o da polítioca que eu comecei por dizer que gerais ou não, as greves só podem efectivamente ter interesse e impacto social relevante se forem também cada vez mais assumidamente políticas, operando como plataformas motivantes para a [re] emergência especdífica de novas formas de organização popular civil.
Eu creio que o sector que o sistema ainda vai conseguindo utilizar para produzir---para fazer aquilo que ele chama "produzir" e que é uma maneira... "simpática" e "discreta" de dizer "produzir ou reproduzir contínua e significadamente capital"...---possui um papel essencial que é o de operar como mola real de um movimento que deve forçosamente, repito, alargar-se à sociedade civil para ser profícuo e realmente renovador [será também revolucionário, se as pessoas quiserem que ele o seja...] embora conserve, no essencial ou possa fazê-lo o modelo básico de organização sindical tradicional e típica.
O papel desses trabalhadores efectivos é, insisto, muito importante.
Diz-se hoje [foi por aí que comecei esta reflexão, aliás] que, se a greve que amanhã se realiza, se atingir cinquenta por cvento, da população laboral arrastará consigo um custo de 280 m. de euros.
É fácil [e é... fácil] atirar para cima dos grevistas o ónus de um custo económico que assusta, naturalmente, os empresários e as pessoas mais vulneráveis ao peso bruto dos números independentemente dos possíveis significados ou significações a diversos níveis.
Eu apontaria, desde logo, este: se, efectivamente, uma paragem de metade do contingente laboral nyum único dia possui essa repercusão objectiva, isso só vem demonstrar a importância essencial que as pessoas, os indivíduos, os seres humanos, os cidadãos ainda possuem para o funcionamento normal do sistema.
Mas, se assim é, é preciso tirar daí ilações e a primeira parece-me ser a de que, possuindo os indivíduos essa importância substancial é necessário que eles sejam contemplados com partes igualmente relevantes na opartuilha social não apenas da riqueza produzida no concreto mas, noutro plano mais amplo, mais lato e num certo sentido mais abstracto, dos direitos de natureza económica, social e até política.
Não basta dizer que as pessoas são impoprtantes quando não estão presentes: têm de sê-lo, sempre: quando estão presentes mas, de igual modo, quando, no caso do sistema, enquanto este sistema existir como paradigma económico-político e civilizacional, quando aceitam integrar o crescente contingente do "desproletariado" que ele fatalmente gera.
Resumindo: a greve de amanhã pode, conforme a capacidade das estruturas sindicais que a lideram [como as que oportunisticamente apanharam a "boleia"...] para entenderem o seu tempo e as suas exigências reais no âmbito específico onde operam, representar apenas um sinal um pouco mais avançado de insatisfação e desconforto económico e social que se faz sentir a vários níveis e de diversas formas na sociedade portuguesa ou pode [assim elas tenham capacidade para entender o seu tempo económico, social e político] representar o embrião de um novo sindicalismo e idealnmente, por via dele, a porta aberta para uma nova sociedade, também.
Não interessam aqui muito nem as cifras exactas nem os cálculos feitos para obtê-as.
A mim, pelo menos.
Aquilo que, a mim, pessoalmente me interessa é:
Primeiro, que uma greve, geral ou não, só interessa se constituir o início, nunca o fim específico, de um processo.
Ou seja: entendida como um objectivo em si [e é, no fundo, sempre, de um modo ou de outro, nessa condição terminal ou ciclicamente terminal que as greves e até as manifestações de rua são entendidas numa 'sociedade cívica e política' sem uma cultura de intervenção e de organização democrática e popular minimamente estabelecida e consistente como a nossa]; entendida, pois, como fim, dizia, as greves acabam sempre, em última análise, por resultar benéficas para o sistema na medida em que operam como um "letting out of steam" e tendem a criar nas massas uma falsa [e perversíssima!] noção de poder que, todavia, se esgota naturalmente em si mesmo, do processo não resultando, a prazo, qualquer alteração efectiva da realidade económica e política em si mesma e como tal.
No plano imediato isso é, sem duvida, muito claro.
É evidente que para o poder económico-político vigente é até util conhecer [e quantificar!] um certo sentir geral das massas a fim de gerir, ajustando-os no plano mais ou menos mediato, os mecanismos de alternância do poder por meio dos quais este é, em geral, mantido nas sociedades onde o modelo de democapitalismo vigora.
Mas essa está, como facilmente se compreende, muito longe de constituir uma vantagem estratégica para o conjunto da sociedade sendo-o, isso sim, pelo que acabo de referir, ao contrário, para o poder económico e político seu adversário na partilha social e política das formas de poder real.
Não me restam, por tudo isso, muitas dúvidas de que qualquer greve só pode ter efeitos reais do ponto de vista de quem a faz se for política.
Hoje mais do que nunca, com efeito, tendo presente o agudizar drástico da crise persistente interna, global, do modelo, a única solução admissivelmente eficaz dos problemas económicos [eu diria mesmo: do problema económico!] é política.
Não faz hoje, já qualquer sentido [e considero muito sinceramente que era nisto que o sindicalismo contemporâneo devia nuclearmente reflectir] lutar por, exemplo, por aumentos salariais quando o problema estrutural resulta da própria natureza específica de uma máquina económica e política [económico-política] que deixou de "saber empregar", i.e. que "mutou" des/estruturalmente o seu próprio paradigma operativo e operacional básico, primário, trocando o recurso tradicional, pré-tecnológico ou sobretudo técnico, ao capital variável pelo recurso natural, intensivo e extensivo, ao capital constante.
Ou seja: em resultado do modo particular, tópico, "significado", volto a dizer: des/estrutural, como o capitalismo tecnológico pós-industrial integrou em si historicamente o Conhecimento [como uma propriedade privada e um proto- ou um pré-capital essencial, uma matéria-prima indispensável nos mecanismos de re/produção contínua do mesmo, as "crises" de hoje, quando se trata de emprego, são cada vez menos conjunturais e cada vez mais estruturais e ínsitas ao modelo, não se dissociando nem distinguindo tendencial ou realmente já dos seus padrões normais de funcionamento.
Isto é, do ponto de vista dos detentores do capital, do capital constante como do capital variável, são exactamente níveis altos de desactivação deste último, do capital variável, por troca com outros inversamente proporcionais da valência constante aquilo que o sistema procura como, chamemos-lhe 'objectivo funcional' ou 'estratégico' muito claro.
Não se pode, com efeito, aplicar à máquina produtiva uma componente cada vez mais determinante de tecnologia na forma de máquinas cada vez mais 'inteligentes' e, depois, dizer que a desactativação consequente do trabalho humano representa um acidente [ou uma mera "crise"] sem expressão e relevância sistémicas específicas muito reconhecíveis e, de qualquer modo, facilmente entendíveis.
Mas é não menos essencial que percebamos as conquêncvias estruturais dessa realidade e o modo como ela altera radicalmente a nossa ideia e os nossos paradigmas de relacionalidade tópica entre o universo laboral, o mundo do trabalho e, por um lado, a sociedade em geral e, por outro, o modo de vida das pessoas, a possibilidade de elas sobreviverem e permanecerem razoavelmente integradas na sociedade, de um modo muito particular.
Dito de outro modo: se o paradigma laboral estreita de forma inevitável e natural nas sociedades com crescentemente elevados índices de integração e absorção tecnológicas, a consequência só pode ser que a sobrevivência material, objectiva, concreta de um número crescente de pessoas seja, a prazo, posta em causa.
Não apenas delas, aliás, mas, como tantas vezes tenho dito, do próprio modelo no seu todo por razões óbvias: sem trabalharem, as pessoas não podem contribuir para a reserva de riqueza pública funcional que permite alimentar continuamente o modelo [com a mediação do Estado dito "social"] e a prazo a tendência inevitável deste é naturalmente tornar-se inviável e bloquear.
Mas esse é um problema do sistema e de quem dele sobretudo beneficia.
Do ponto de vista de quem pretende corrigir as disfunções estruturais do modelo, a questão principal passa, no imediato, por uma redefinição e readequação do paradigma de organização sindical.
É preciso continuar a ir ao encontro dos trabalhadores, obviamente, a fim de enquadrar as suas legítimas aspirações colectivas em matérias que são próprias de quem trabalha para outrem como os salários ou os horários de trabalho mas, dado exactamente que muitos desses trabalhadores ou potenciais trabalhadores, fazem hoje parte de uma crescente categoria ou mesmo classe social que é um autêntico "desproletariado estável e orgânico" do modelo económico---que ele rejeita funcionalmente e a quem paga subsídios mais ou menos regulares para permanecerem fora do mundo da produção continuando, porém, a agir como mercado; mas, assim sendo, dizia, é preciso ir buscar essa nova classe cada vez mais integrada no próprio tecido básico do modelo à sociedade civil para onde ela foi remetida e organizar a defesa dos seus legítimos interesses aí mesmo, nessa sociedade civil como tal.
É essa a base, o pressuposto básico da minha tese de que os futuros sindicatos têm de ser 'sindicatos cidadãos', com muitas características comuns com as "comissões" e até com as cooperativas que o 25 de Abril fugazmente gerou [ou permitiu que se gerassem ou até que ele apenas redescobriu e reactivou] à época, criando um posteriormente gorado embrião do que poderia ter sido a "via original portuguesa" para o socialismo.
É também por isso, porque esa luta extravasa dos modelos tradicionais de sindicalismo permeando clasramente para o da polítioca que eu comecei por dizer que gerais ou não, as greves só podem efectivamente ter interesse e impacto social relevante se forem também cada vez mais assumidamente políticas, operando como plataformas motivantes para a [re] emergência especdífica de novas formas de organização popular civil.
Eu creio que o sector que o sistema ainda vai conseguindo utilizar para produzir---para fazer aquilo que ele chama "produzir" e que é uma maneira... "simpática" e "discreta" de dizer "produzir ou reproduzir contínua e significadamente capital"...---possui um papel essencial que é o de operar como mola real de um movimento que deve forçosamente, repito, alargar-se à sociedade civil para ser profícuo e realmente renovador [será também revolucionário, se as pessoas quiserem que ele o seja...] embora conserve, no essencial ou possa fazê-lo o modelo básico de organização sindical tradicional e típica.
O papel desses trabalhadores efectivos é, insisto, muito importante.
Diz-se hoje [foi por aí que comecei esta reflexão, aliás] que, se a greve que amanhã se realiza, se atingir cinquenta por cvento, da população laboral arrastará consigo um custo de 280 m. de euros.
É fácil [e é... fácil] atirar para cima dos grevistas o ónus de um custo económico que assusta, naturalmente, os empresários e as pessoas mais vulneráveis ao peso bruto dos números independentemente dos possíveis significados ou significações a diversos níveis.
Eu apontaria, desde logo, este: se, efectivamente, uma paragem de metade do contingente laboral nyum único dia possui essa repercusão objectiva, isso só vem demonstrar a importância essencial que as pessoas, os indivíduos, os seres humanos, os cidadãos ainda possuem para o funcionamento normal do sistema.
Mas, se assim é, é preciso tirar daí ilações e a primeira parece-me ser a de que, possuindo os indivíduos essa importância substancial é necessário que eles sejam contemplados com partes igualmente relevantes na opartuilha social não apenas da riqueza produzida no concreto mas, noutro plano mais amplo, mais lato e num certo sentido mais abstracto, dos direitos de natureza económica, social e até política.
Não basta dizer que as pessoas são impoprtantes quando não estão presentes: têm de sê-lo, sempre: quando estão presentes mas, de igual modo, quando, no caso do sistema, enquanto este sistema existir como paradigma económico-político e civilizacional, quando aceitam integrar o crescente contingente do "desproletariado" que ele fatalmente gera.
Resumindo: a greve de amanhã pode, conforme a capacidade das estruturas sindicais que a lideram [como as que oportunisticamente apanharam a "boleia"...] para entenderem o seu tempo e as suas exigências reais no âmbito específico onde operam, representar apenas um sinal um pouco mais avançado de insatisfação e desconforto económico e social que se faz sentir a vários níveis e de diversas formas na sociedade portuguesa ou pode [assim elas tenham capacidade para entender o seu tempo económico, social e político] representar o embrião de um novo sindicalismo e idealnmente, por via dele, a porta aberta para uma nova sociedade, também.
[Na imagem: "Operário" de Portinari, extraído, com a devida vénia, de historianovest-dot-blogspot-dot-com]
6 comentários:
Concordo: o mais importante não é o aumento dos salários. Para mim é a mudança deste paradigma de desenvolvimento, totalmenet esgotado.
E ainda considero importante a designação Esquerda - Direita.
Boa tarde.
ººº
Escrita intensa. O Jota gostou da cadência do texto. Excelente tom narrativo. (Credo até pareço um professor de estudos portugueses).
Abraço!
;)
Estamos 100% de acordo, São.
Amigo Jota Ene: A cadência é o menos...
O mais é... o que ela... "cade"!
Um abraço!
E já agora... vamos lá ver se ganhamos "aquilo" esta noite, não?...
"As pessoas são importantes e essa importância devia ser reconhecida..."
É isto que me preocupa, o que me angustia! Não consigo conceber que os responsáveis pelo governo de um país continuem a insistir num sistema que gera desemprego, que exclui pessoas, que encara friamente essa realidade reduzindo-a a números. Preocupa-me ouvir que a solução para que um país tenha sucesso passa por atirar para o desespero alguns milhares de pessoas, anular a esperança e a dignidade de uns em benefício de outros.Acabei de ler as notícias em relação à Irlanda e não me iludo em relação a Portugal.Mas, no caso português,o que revolta é sabermos que, não obstante toda a situação que se vive, há um grupo cujos benefícios excedem de longe tudo o que é razoável e aceitável,uma verdadeira afronta à dignidade da maioria da população.
Pois é, Ezul!
Mas mais inquietante ainda é o silêncio, a passividade, o pasmoso [e suicidário!] conformismo das pessoas, a colaboração que elas objectivamente dão com a sua inexplicável inércia para todo o tipo de indignidades e mesmo verdadeiras selvajarias de que estão a ser [e hão-de de ser ainda mais e não há-de tardar muito] vítimas!
ISSO! Isso é que eu não percebo e me faz, por vezes, sentir uma imensa perplexidade e um imenso, imenso desconforto para não dizer mesmo um infindável temor em relação ao futuro de todos nós e, muito em especial, dos nossos filhos e netos!
Enviar um comentário