domingo, 7 de novembro de 2010

"Sexo Nunca! Somos [Excelentes!] Portugueses---Típicos?"


Num texto que divulga na edição de 05.11.10 do diário "Público" ["Sexo e Poder"] onde faz uma brevíssima abordagem comparativa da incompetência, do cretinismo, do vizirismo e, de um modo geral, de um conjunto muito vasto de formas de decadência moral e cívica entre o Portugal "socrático" e a tenebrosa [a carnavalesca! A perigosamente carnavalesca!] Itália berlusconiana e onde conclui por uma espécie de «do mal o menos cá, por enquanto, ainda não se envolvem [oficial e/ou institucionalmente, pelo menos...] menores na imoralidade e na devassidão generalizadas» [que, desse modo, permanecerão «apenas políticas, graças a Deus!»]; no texto em causa, dizia eu [ou melhor: perguntava eu!] se o professor Carlos Fiolhais que o subscreve está muito subtilmente a ironizar tendo por base um conjunto de formas mais ou menos oficiosas de encobrir abusos e branquear indignidades nessa [como noutras!] áreas concretas da nossa vida... "subpolítica" ou, pelo contrário, a fazer-se eco implícito de algo que constitui, a meu ver, uma modalidade particularmente insidiosa de totalitarismo intelectual que é o moralismo tácita---exaustiva, instintiva, muitas vezes, mesmo obsessivamente---misógino, característico de um modo, queiramo-lo ou não, sempre muito opressora e muito maniqueiamente "sexualizado" [tão português!] de [pré] conceber em geral o mundo das representações morais, de um modo lato e especificamente no que diz respeito ao modo de formular e de fixar as ideias estáveis, tópicas, cultu[r]almente referenciais de Bem e de Mal?...


[Na imagem: S. Jorge e o dragão, de Ernesto di Fiori. Imagem extraída com a devida vénia de cosmo-dot-uol-dot-br]

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