Certa manhã um quase-mês,
semi-imaginário
com seu riacho de falsos dias por libertar
secante e vário
na cintura esmagadora
se pôs subitamente a uivar
Um pouco apartado, de primaveris cinzas um ano
com seu cansaço ou estio de belos meses estilhaçados
em redor do pescoço semilouco ardido
e logo em seguida saqueado
pela própria incessante inocência
semi-imaginário
com seu riacho de falsos dias por libertar
secante e vário
na cintura esmagadora
se pôs subitamente a uivar
Um pouco apartado, de primaveris cinzas um ano
com seu cansaço ou estio de belos meses estilhaçados
em redor do pescoço semilouco ardido
e logo em seguida saqueado
pela própria incessante inocência
trespassado
do edifício insuportável do próprio ar ou
da amarga desesperança envenenado
no próprio sangue ou sangues oculto barricado
veio junto da sólida labareda das aves
do edifício insuportável do próprio ar ou
da amarga desesperança envenenado
no próprio sangue ou sangues oculto barricado
veio junto da sólida labareda das aves
perfurado
meio furtivo e só então clamou, angustiado:
por que razão oh deus por que motivo?
meio furtivo e só então clamou, angustiado:
por que razão oh deus por que motivo?
[Na imagem: Piet Mondrian, "Evolution/Evolutie", tríptico]
1 comentário:
Tão amarga a desesperança quanto doce é acreditar que a esperança se refaz e reforça em cada dia! A esperança alimenta e purifica, insufla a vida, leva o oxigénio aos recantos mais exíguos da caverna onde o ser humano, por força das circunstâncias, esconde os dias.
Um beijinho!
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