Foi uma revelação quando em 1950, com treze anos, Lopes Ribeiro a escolheu para o papel de 'D. Maria de Noronha', na versão cinematográfica do "Frei Luís de Sousa" com Maria Sampaio, João Vilaret e Raul de Carvalho, entre outros.
A esse papel seguiu-se uma carreira dividida entre Portugal e Espanha, onde entre 1950 e 1957 interpretou vários filmes.
Em '58 faz do perecível Henrique de Campos aproveitando a 'boleia' da popularidade do ciclista Alves Barbosa, "O Homem do Dia" um filme igualmente perecível como, no fundo, perecíveis---característicos produtos de época de "uma certa Espanha" franquista "de cerrado y sacristía", como lhe chamou Machado,"hispanopics" hoje completamente esquecidos, na sua maioria; como igualmente perecíveis, dizia, haviam sido os que rodou em Espanha.
Protagonizou com Artur Semedo a primeira série televisiva portuguesa [a "Lena e o Carlos"] exibida em directo e, em larga medida, improvisada pelos dois actores em cena, muito popular quando passou ainda a preto-e-branco da televisão portuguesa e em 1959 abalançou-se a co-produzir "A Luz Vem do Alto", outra vez sob a direcção de Henrique Campos, investindo [confessadamente sem grande retorno comercial] no filme os lucros do seu trabalho de actriz no país vizinho.
Na década de '80 re/inicia uma carreira na televisão, nas famigeradas telenovelas portuguesas, nunca tendo, porém, abandonado definitivamente os palcos [o seu último papel foi em "Hedda Gabler" de Ibsen]---teatro onde, à altura do falecimento, ensaiava "Sabina Freire" de Teixeira Gomes.
[Na imagem: Maria Dulce como 'D. Maria de Noronha' no "Frei Luís de Sousa" de Lopes Ribeiro, foto extraída da capa da "Flama" de 14.07.50]
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