Assim parece, com efeito!
É, de resto, qualquer coisa para a qual eu próprio (com toda a modéstia e o quase anonimato que naturalmente permite caracterizar as minhas reflexões---também---neste âmbito) já tinha alertado, entre outros ensejos e ocasiões, num artigo publicado n "O Professor".
N "O Professor" de "outros tempos", entenda-se---mas isso são outros contos...
Aquilo que aqui interessa agora é basicamente sublinhar (e escandalizadamente verberar!) o modo como a prodigiosa (e escandalosa!) petulância do chamado Ministério da Educação dito (ou dita) "socialista" se propõe objectivamente fazer, desta vez ao ensino musical (que é, pura e simplesmente acabar com ele de vez, reduzindo-o àquele estado cataléptico de "pouco-mais-ou-menos generalizado" que é a Cultura para ele) é algo que decorre naturalmente da sua... política global para a... "Educação" e que era, aliás, já há muito, no fundo, fácil de antecipar ou de adivinhar por quantos não lhe ignoram as manhas e já lhe conhecem de gingeira as habilidades e os truques.
Ou seja, dito de outro modo: quando se pretende entregar, por todos os modos e maneiras possíveis, a condução da política... "educativa" a praticamente "toda e qualquer coisa que mexa" na sociedade (com a única excepção dos educadores, claro!); quando, para um poder "político", "educar" é, em última (mas real!) instância, produzir (leia-se: fabricar, arquitectar, engenhar: "to cater"...) por encomenda "quadros" feitos à medida da respectiva avulsa requisição pelo inveteradamente bronco e geralmente 'arqueológico', tecnológica para já não dizer social, mental e até civilizacionalmente ultramontano, charro, primário (primaríssimo!), fatalmente tapado, empresariado nacional, "cozinhando" currículos à medida dos venalíssimos anseios deste; quando as "escolas" são por ele vistas como grandes usinas de "peças humanas" para "El-rei Produção" assim como (claro!) locais de... "eleição" onde a insegurança, a efemeridade, a discricionaridade, a instabilidade ou, numa palavra, a... "flexibilidade" começam a ser tão precocemente quanto possível ensinadas e (idealmente) aprendidas; quando assim acontece, quem pode honestamente espantar-se se essas coisas estruturalmente in-úteis, económico-financeiramente "neutras" e, por conseguinte, naturalmente in(o)portunas que são a Cultura, o (livre e realmente educado!) Pensamento (alcançável através do Estudo sério e consistente---do Estudo autónomo, não-mercenário---da Filosofia, da Literatura, da Música e por aí fora) se tornam excrescências para não dizer: "naturalíssimas"... excreções no contexto de um "sólido e consistente" plano de... "estudos"?...
Quem, na verdade!
Só os de todo muito ingénuos ou muito tolos, seguramente!...
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