quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"«Insidindo» Sobre Alguns Verdadeiramente «Incidiosos» Lapsos..."


Enquanto na revista "Pública" de 12.07.09, uma reputada jornalista, São José Almeida, cunhava um neologismo verdadeiramente precioso---o verso "insidiar" que é, como não é, aliás, difícil de perceber, a "morfologia de fusão" resultante do 'matrimónio lexical' perfeito de "insídia" com o verbo "incidir": escreve, com efeito, a jornalista no artigo "O Estado Novo dizia que não havia homossexuais, mas perseguia-os", cf. loc. cit. pág. 17: [...] os homossexuais era (sic) onde mais ferozmente insidia a censura [...]; enquanto isso, dizia, um senhor muito engraçado (e culto!) na "TV Guia", descobria finalmente por que exacta razão Manuela Ferreira Leite "matou todo o PSD".

Porque, diz ele, possui uma "imagem cinzenta" (é terrível ter uma imagem cinzenta, especialmente, quando pouco mais se tem do que isso!...) mas, sobretudo (imagine-se!) pela "sua falta de... intolerância" (!)

Assim mesmo! Vão lá ver que é isso que está lá escrito: Ferreira Leite "matou todo o PSD"..."pela sua falta de intolerância"!

Quer dizer: fosse ela um bocadinho mais... intolerante e ainda podia ser que a coisa se tivesse composto para aqueles lados.

Assim, olha "nem há laranjal que salve aquilo que um grande homem (sic) de nome Sá Carneiro criou", seja lá o que for que "isto" queira dizer ...

Mas, já agora, uma dúvida: será necessário concluir que, pressuposta na opinião do 'articulista', está a ideia de que Sá Carneiro foi "grande" porque soube ou pôde---ele sim!---ser... intolerante: (muito?) mais "intolerante" do que a pobre Ferreira Leite?...

Vá lá a gente saber, não é?...


Ainda nessa "TV Guia": Luís Aleluia, o "menino Tonecas" da R.T.P. recorda a série de programas que protagonizou desempenhando o referido papel.

... E que eu, aliás, via com alguma regularidade e (muita!) nostalgia.

Tinha, com efeito, alguma (saudavelmente ingénua!) piada que contrastava (frontalmente, aliás!) com a grosseria de uma verdadeira 'núvem' de "stand-up comedians" que, entre Rochas e Horácios, Horácios e Rochas, entretanto, por aí desataram, de repente, a proliferar como cogumelos na (vamos ser generosos, pronto!) na... humidade.

Já francamente menos graça teve o "esquecimento" por parte do actor do nome do criador original da figura---José de Oliveira Cosme---assim como a discutível referência indirecta a si próprio (indirecta porque através da citação não corrigida de uma observação de Almeida Santos) como "o primeiro Tonecas".

De facto, o primeiro Tonecas não apenas impresso foi "radiofónico" e teve a voz de Luís Horta contracenando, aliás, com o próprio autor dos textos originais, o já citado José de Oliveira Cosme que era, nesse contexto, o "professor".

Dificilmente entendível lapso esse que me fez, de imediato, recordar, por (outro) exemplo, o de um jornal que noticiando a estreia da peça "A Boba" de Maria Estela Guedes, se esqueceu, também, ele de mencionar o nome da autora, uma única vez, na notícia!...

Quer dizer: afinal de contas, ela "só" escreveu a peça---do mesmo modo, aliás, que Oliveira Cosme "só" criou a figura e Luís Horta "apenas" a protagonizou originalmente, não é?...

Bem vistas as coisas, que interesse pode isso ter, não é?...


[Na imagem: um grupo de actores e actrizes portugueses onde reconheço Irene Isidro, a segunda a contar da esquerda, Luísa Durão, ao centro e Luís Horta, o tal verdadeiro 'primeiro Tonecas', à direita.]

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