segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Estado 'Broker' ou Estado Almocreve..."


É uma tese antiga minha: a consistente involução civilizacional operada pós-modernamente nas sociedades do Ocidente pelo triunfo e consolidação do capitalismo tecnológico encontrou no neo-liberalismo político [o qual, ao contrário do que pretendem alguns mais... distraídos, não é, em última instância, assim tão difícil de identificar e definir nos seus traços essenciais] e na 'demomorfia instrumental' o rosto social até aqui 'perfeito', funcionante] deu origem à deriva do modelo burguês anterior de 'Estado nação' [e do seu, chamemos-lhe: 'específico subjeccional', o «Estado-consciência»] para o que chamo o "Estado funcional", o "Estado broker" ou o "Estado almocreve", recoveiro dos interesses privados [e coveiro dos públicos, já agora...] de que é expressão... política adequada o modelo de "democracia instrumental" que nos rege desde '75.


Do suplemento "Economia & Negócios" do semanário "Sol", retiro para a minha recolha pessoal de "monstruosidades vulgares" mediáticas, o seguinte excerto de uma entrevista ao "Presidente executivo da EDP", António Mexia:


P- "Não era mais saudável o Estado não estar nas empresas?" [velha mata-mata neo-liberal


R- "Distingo a gestão boa da má e não necessariamente a natureza dos accionistas.

Não há razão nenhuma para que, na EDP, a presença do Estado seja negativa, pelo contrário.


Tem sido positiva para a nossa capacidade de desenvolvimento, e o seu apoio, em conjunto com o dos outros sócios, nacionais e internacionais, à estratégia de crescimento e de diversificação geográfica e de mercados foi importante [...]"


Estado "syndicat d' inniciative" ou num registo mais picarescamente "argot", "Estado Maquereau" são outras designações possíveis para esta diplomacia de guarda-livros a que vieram desembocar as antigas e, em geral [ao menos oficialmente... ] nobres funções da diplomacia formal...


[Na imagem: Imagens de financeiro e soldado por Georg Grosz]

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