O termo?
"Empoderamento"...
Versão 'neo-liberal bem-pensante e modernaça' do inglês "empowerment".
Utiliza-o uma tal Elza Pais, Secretária de Estado da Igualdade, num texto dado à estampa no "Público" de 19.09.10.
Ou seja: esta gente não é apenas politicamente feia.
Isto é, não lhes bastava a fealdade que indissoluvelmente se lhes cola e que resulta de gerirem, para todos os efeitos, "como se nada fosse com eles", um país que caminha alegremente, tudo o indica, para qualquer coisa que se assemelha, de forma, aliás, preocupante ao seu próprio fim.
Isto é, não lhes bastava a fealdade que indissoluvelmente se lhes cola e que resulta de gerirem, para todos os efeitos, "como se nada fosse com eles", um país que caminha alegremente, tudo o indica, para qualquer coisa que se assemelha, de forma, aliás, preocupante ao seu próprio fim.
Um país de que parte considerável continua, apesar de tudo, a rosnar em surdina contra o "atentado à família" que vê na recente lei envolvendo a casamento entre pessoas do mesmo sexo [que o actual presidente e candidato favorito à renovação do mandato, de resto, subscreveu, como se sabe, a contragosto] e que é o mesmíssimo onde em dez anos a APAV registou, segundo o "D.N." de 19 de Agosto do ano findo [cf. Ana Bela Ferreira, "700 crianças abusadas na família"], 1121 crimes sexuais contra menores dos quais "a maioria---708---diz a autora---aconteceu no seio da própria família".
Um país que fez da linguagem uma maneira de afeiar, de evitar e de tornar opaco---de facto, de substituir por completo---o pensamento e a acção---seja no que à condição feminina [o alvo directo das lucubrações da tal Secretária de Estado] diz respeito, seja na Educação [onde um indecoroso coro de grilos e fátuos papagaios pagos a peso de ouro se interpõe sistematicamente entre a sociedade e o seu próprio futuro educativo--ou a ausência dele!---reduzindo-o a um léxico sem sentido ou substância onde abundam as "competências"---sinistra ironia!...---e proliferam as "performações" e as "funcionalidades"]; seja na Justiça, na In/segurança Social ou no Des/emprego em geral e jovem em particular, seja, na realidade, onde for e como for.
Um país que se refugia nas palavras quando há muito se lhe acabou o pensamento.
Um país que, ainda por cima, parece obstinar-se em fazê-lo nas mais feias, desajeitadas---nas piores, em suma, que "lá" havia...
Um país que "empodera" incompetentes e medíocres, nímios copiadores de palavras a quem o pensamento e a verdadeira inteligência incomodam---em suma, um país que não já apenas "teme" ou "receia", como argumenta José Gil, ser mas que se "despoderou" ou se demitiu já por completo, para todos os efeitos, de ser...
[Imagem ilustrativa extraída com a devida vénia de nbif-dot-blogspot-dot-com]
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