Não é preciso ser-se génio analítico nem mago para antever que a guerra social futura vai ganhar-se [e perder-se...] nos mídia.
Ainda e sempre na questão hoje-por-hoje crucial e decisiva da propriedade dos meios de produção de conhecimento---neste caso nma forma vulgar de "informação" ou "comunicação" vulgarmente dita "social".
Quem tiver "acesso ao mar" da dita comunicação por via do controlo dos mídia tem grandes hipóteses de, perlo menosd, somar vitórias na guerra social cuja intensificação profunda se adivinha.
É por isso que espanta [e assusta, inquieta] a aparente indiferença dos partidos de Esquerda relativamente ao acesso a quotas substanciais [de facto, substantivas!] do mercado da comunicação, não popr acasso, hoje-por-joje, nas mãis de grandes grupos inverstidfores das Sonae às Prisas, no pçano nacional, passando, no internacional, por tudo quanto é Maxwell, Turner ou Berlusconi.
De facto, a meu ver, uma das reivindicações estratégicas básicas da Esquerda hoje deveria tão impreterível quanto urgentemente passar pela reclamação da reforma radical do serviço público de televisão de modo a que quotas realmente significativas do mesmo passassem a constituir um direito inalienável dos partidos [subsumível ao respeito pelo direito constitucional à informação]---não, na actual [anedótica, caricata!...] forma dos inimagináveis tempos de antena mas na de espaços amplos polimórficos para os quais os partidos [ou partidos---segfundo critérios a negociar como para a atribuição de subsídios para campanhas, etc.] pudessem candidatar-se com programação própria, devidamente identificada, de onde constasse informação [telejornais alternativos] eventualmente ficção, talk shows, etc. com duração que permitisse materialmente organizar programação articulada, consistente, sujeita naturalmente a share [seria uma forma de tentar equacionar o papel motivador, potencialmente estimulante do 'mercado' com uma política de conteúdos alargada, aberta, plural, não-tutelada por quaisquer interesses económico-financeiros monopolizadores do arco comunicacional, como hoje sucede.
A Esquerda, mesmo a mais 'jovem', do B.E. tem uma tradição e um estatuto, todo um curriculo conhecido, na Inteligência e na Cultura e pode---desde logo, neste plano não imediatamente político mas fundamentalmente cultural---desempenhar um papel importantíssimo, determinante e decisivo, na abertura e especificamente na "desmediocratização estratégica" da programação das televisões [SIC, TVIs e quejandos] contribuindo, desse modo, idealmente para a criação a prazo de novos [e, sobretudo, muito melhores!] públicos capazes de outras exigências e de outros critérios na sua relação tópica com a informação e em geral com a Cultura.
Não se percebe, de facto, como pode a Esquerda hoje pensar que intervém [não se percebe, de facto, como pode ela ela pensar que existe!] deixando a batalha informacional ecomunicacional nmas mãos daqueles a quem a estupidificação sistemstica e a analfabetização sistémica dos públicos convém às mil maravilhas, representando mesmo um factor de produção verdadeiramente determinante e essencial.
Sempre fui contra a extinção da imprensa "significada" ["O Diário", "Página Um","Comércio do Funchal", "Notícias da Amadora", etc.] jornais com enormes prejuízos, é verdade, mas que deviam ter sido integrafos numa posição verdadeiramente verticial e estratégica no contexto da estrat+egia maior das formações da Esquerda, de um modo geral
Toda a gente se lembrará ainda do papel detetminante desempenhado pela "República" ou pelo "Diário de Lisboa" na luta contra a ditadura [Marcelo Caetano, no seu patético "Depoimento", dá deles uma visão que, sendo em si mesma verdadeiramente surrealista, reconhece de modo implícito a importância que, apesar das censuras, PIDES e quejandos, tiveram no combate ideológico e especificamente político durante a ditadura.
Ora, sucede que, hoje, numa altura em que a represssão económica e política astuciosamende se modernizou e se... "democratizou" por completo e tende mesmo a impor-se, no imaginário [ou no mitário] institucional das sociedades ocidentais, como uma espécie de trágico "direito" dos povos e/ou perversíssimo "exercício de liberdade" das sociedades humanas, condicionadas por formas perversamente estratégicas de "democracia funcional" para gerirem, legitimando-as formalmente, por via eleitoral, a composição tutelar sucessiva, pontual, da sua própria condição "triunfalmente prisioneira"---desde logo, de um sistema criado precisamente para tornar a opressão um "privilégio democrático" e, volto a dizer, mesmo um trágico "direito" dos povos o "direito ao estatismo e à não-evolução livre", à imobilidade histórica, social e política; sucede que hoje, em que tudo isso é uma realidade, as velhas formas de intervenção político-cultural que a Esquerda usou lucidamente em ´rpocas de ditadura formal [o teatro, os cine-clubes, etc. e, de um modo geral, as colectividades populares] são hoje, de novo, de uma utilidade vital para um combate que aquela "democtratização funcional" da opressão/repressão económico-financeira e política, tornou, num certo sentido, ainda mais complexo, mais difícil, do que antes.
E, nessa altura, ninguém tinha dúvidas da importância absolutamente crucial dos jornais no processo de consciencialização das massas...
[Imagem extraída com a devida vénia de ecochildsplay-dot-com]
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