É essencial que entendamos que propugnar para que sejam agilizados [ou mesmo completamente 'liberalizados'] os mecanismos de acesso à acumulação privada de capital, mantendo, todavia, no essencial inalterada a infra-estrutura económico-financeira [e até instrumentalmente politica] do sistema [falo fundamentalmente do modelo de propriedade e do paradigma das relações de produção mantido intacto da ditadura para cá politicamente revestido de um sistema parlamentar electivo formalmente incondicionado] não faz de um projecto político um projecto necessariamente democrático: faz dele [fê-lo, em todo o caso, na passagem do marcelismo para o "novembrismo" de '75 vigente até aos nossos dias] um instrumento de implantação do modelo demomórfico de organização económico-política---aquilo a que poderia [a que, facto, deveria!] chamar-se "democracia funcional" que é o regime que vigora nas sociedades ocidentais de hoje caracterizado basicamente pela atribuição à "política" do papel meramente ancilar e instrumental de legitimação social e política do status quo económico-financeiro, tido, por seu turno, por constante referencial absoluta de um modelo de exploração da realidade de que a "política" representa, pelo seu lado, na prática, a variável e um mero 'revestimento politiforme' móvel, forçosamente insubstantivo [i. e. desprovido de conteúdo intrínseco, próprio] do núcleo economocrata activo do 'regime'.
[Imagem ilustrativa extraída com a devida vénia de zazzle-dot-com-dot-pt]
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