sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Rio Bravo

É a segunda vez que surge aqui no "Quisto" esta que é, definitivamente, uma das mais prodigiosas sequências cinematográficas que conheço.

Só um narrador fabuloso, completo, conseguiria meter dentro de uma sequência de cinema com a duração de não mais de quatro/cinco minutos tantos sentidos revelando um controlo do "tempo" narrativo do Cinema tão absoluto e tão perfeito.

A sequência possui um parentesco irrecusável [fascinante!] com a Música não apenas na aptidão revelada para gerir [sem parecer, aliás, em momento algum, fazê-lo!] a relação subtil que existe no próprio real entre o concreto e o abstracto, o visível e o não-visível, o relativo e o absoluto [ou algo que, de forma irresistível se lhe assemelha] como no controlo [eu diria] quase "assustador", quase... diabólico por pate do Artista das "ferramentas" da narrativa assim como das modulações que com elas se podem arrancar à realidade num sentido [e de um modo] nos leva, por vezes, mais do que a admirar a genialidade do cineasta a, como digo, quase literalmente temer o poder taumatúrgico [o controlo perfeito não apenas da realidade enquanto tal ou enquando imagem de si como, sobretudo, das nossas mais íntimas emoções e da nossa capacidade para produzi-las] de que ele parece investido...

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