sábado, 29 de agosto de 2009

Para o Morais e Castro [anteriormente publicado como comentário no blog "Cantigueiro", do Samuel]

Não quero deixar de juntar a minha às vossas vozes, nesta circunstância particular!
Ver morrer os "nossos", faz doer como se nós próprios tivessemos morrido um pouco.
Senão física, com certeza, moralmente.
É que já somos tão poucos!...
...Para o que é preciso, pelo menos.
Para mim, o Morais e Castro era um dos "nossos" que ainda "mexia", lá onde os "nossos" em regra não chegam exactamente porque são "dos nossos"...
Era mais do que isso, claro: era um excelente actor que adorava sê-lo e cuja adoração pelo que fazia transparecia e contagiava, chegando, por vezes, a comover e a empolgar.
Era um 'sinal'---quase um código, uma cifra, algo que nos fazia acreditar que estávamos, como 'família', afinal, vivos: ele era a prova disso de cada vez que (res) surgia---mas era também, de um modo muito especial, um motivo de íntimo e vibrante orgulho porque demonstrava que, afinal, também 'nós' éramos bons e sabíamos fazer coisas como os 'outros', aqueles que não tinham, como 'nós', de lutar diariamente contra "dragões" e coisas assim para serem ouvidos.
Agora, a "nossa" voz ficou, para já, um pouco (ou , pelo contrário, um muito?) mais débil mas estou certo de que vai, não há-da tardar muito, ressurgir (como ressurgiu, antes, uma e outra vez, depois de perdas em si mesmas irremediáveis, algumas tragicamente ainda bem recentes) e com a mesma clareza, o mesmo vigor e o mesmo cristalino timbre de sempre até porque havemos de querer que o 'Zé' Morais e Castro, lá para onde foi, saiba exactamente isso: que não nos calamos e que continuamos o labor que foi dele e dos outros cujos ideais não cedem, como os do 'Zé' Morais e Castro, cidadão e actor, não cederam.
Por nós próprios, por ele, por tudo aquilo em que nós e ele acreditamos e queremos que seja realidade.
Uma realidade pelo menos tão grande, viva e intensa como esta dor que não conseguimos, apesar de tudo, deixar de sentir pelo Amigo que partiu.

Adeus, 'Zé'!
A gente (re) vê-se, um dia destes, lá "em cima", ham?...
[Bruuuuxo!...]

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