domingo, 13 de junho de 2010

"Antes a Sorte Que Tal Morte!..."


Já não há como dizer isto sem ser repetindo até à exautão aquilo que só quem não quer é que não vê: a inépcia da tutela educacional em Portugal assume contornos e dimensões dificilmente não só toleráveis como até simplesmente imagináveis.

Depois da sequência de episódios autenticamente surreais que foram os concursos para professores [des] organizados a meias entre uma tal Maria do Carmo Seabra e uma empresa privada dos arredores de Lisboa---um momento-chave na verdadeira "disaster area" que têm sido a Educação em Portugal---foi, em seguida, a vez, de uma tal Maria de Lurdes Rodrigues de ainda pior se possível memória [a outra, pelo menos, saíu antes de poder causar maior dano ainda do a que já havia causado...---] ter deitado mãos à obra de tornar o exercício da profissão docente, a vida de milhares de alunos do ensino público e, de uma forma lata a Educação em Portugal no verdadeiro caos em que hoje ainda "alegremente" continua a vegetar.

Foi a cegada inimaginável da "avaliação" dos docentes pelos pais que era essencial e depois deixou de ser; foi a fantochada dos professores titulares; foi a impensável lotaria das promoções; foi, afinal... tudo!

Ora, quando se tornou óbvio que, nem num país amorfo, vegetal e acomodado como Portugal, era possível manter a criatura no governo durante mais tempo pensou-se que este e quem o lidera tivessem, afinal de contas, por qualquer miraculosa intervenção da divina providência, aprendido alguma coisa com a autêntica desgraça que foi a "Educação" versão-Rodrigues/Pedreira/Lemos.

Nada mais errado, porém!

Veio uma pessoa para a pasta cujas qualificações para o cargo não excedem, em última [mas real!] instância, meia dúzia de livrecos manhosos [de grande sucesso entre as adolescentes com mais buço do que aquilo que a gente sabe] publicados e um vago sainete de relações públicas de micro-empresa da construção civil que começou por insinuar que iria mudar---nunca se percebeu, aliás, muito bem o quê!---mas que, de repente, descobriu que, afinal, não ia mudar coisa alguma---designadamente nos concursos de professores---sabe-se também agora que porque... seria muito complicado e muito demorado mudar...

Não se mudam as injustiças inevitáveis [prevêem-se, segundo a imprensa, milhares de casos de ultrapassagens a trouxe-mouxe resultantes do método grosso modo inspirado nas rifas das barracas-das-panelas da extinta Feira Popular introduzido pelo génio pedagógico de Lurdes Rodrigues na processologia da avaliação com reflexo directo nos concursos e na progressão na carreira]; não se mudam, dizia, não se revêem, não se corrigem, as injustiças inevitáveis daquela rebaldaria toda que foram os inomináveis métodos e padrões de "avaliação Rodrigues" por serem exactamente uma rebaldaria e uma pouca-vergonha técnica e administrativa de alcance e proporções incomensuráveis.

Não se nega, aliás, ao que parece, que o sejam.

Mas não se podem, ainda assim, mudar e evitar porque... levava muito tempo!

É esse o "argumento" do Ministério.

Um "argumento" perfeitamente ao seu nível, aliás!

Está mal?

Estará mas levava tanto tempo a mudar!...

Isto cabe na cabeça de alguém?

Já alguém, em seu juízo perfeito, imaginou um polícia ou um juíz de instrução alegarem publicamente que, se calhar um determinado suspeito ou réu até nem é culpado mas... "dava tanto trabalho investigar"?!

Ou um médico discorrer: "Se calhar o senhor Fulano até nem está morto mas... e a trabalheira que era para ir averiguar!..."

É caso para perguntar: Mas isto está tudo maluco ou quê??!!...

Oh! Sorte!...

[Imagem extraída com a devida vénia de forum-dot-myspace-dot-com]

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