quinta-feira, 31 de março de 2011

incompl.


SEmpre me causou uma irreprimível indignação, ouvir autênticios incompetentes clamar pelo aumento do salário e de um modo mais lato das remunerações dos políticos, com base no princípuio de que é preciso assegurar que os melhores não fojem do serviço público.

Observar o que políticos da qualidade de um Cavaco Silva, de um Mário Soares ou mais presentemente de um Sócrates fizeram do País deveria constituir demonstração bastante da falácia da posição atrás referida.


Em '74, numa série de assembleias em que tive o privilégio de participar, pude confirmar que não é preciso ser-se professor da Faculdade de Direito nem ter ido tirar um curso de Economia a Inglaterra para ser terem posições exemplarmente lúcidas e de um esclarecimento admirável perante as quais as banalidades invariavelmente debitadas pelo mais do que medíocre político que nunca deixou de ser Mário Soares faziam figura de autênticas inanidades.


Vale a pena ter tudo isto presente quando até nós viajou um ex-operário que se tornou presidente de uma república que é hioje uma verdadeira potência mundial, em larga medida como resultado de políticas levadas a cabo por um não-profissional da política que ancançou aquele objectivo que foi, durante muito tempo, a coroa de glória argumentativa dos Estados Unidos: a possibilidade de um "simples" trabalhador chegar a presidente da república.


Segundo aquela visão exclusivista do cargo de representação política que comecei por recordar, de acordo cpom essa visão do exercício da política como território de intervenção de uma classe sacerdotal" de profissionais da representação que a úbnica coisa que representam, na realidade, são os sus pr´+oprios interesses e o das clientelas ao serviço de quem actuam, o Brasil de Lula estaria condenado à insignificância com a sua gestão entregue a um "leigo".


Ora, a verdade é que quando se compara o Brasil "de" Lula com o Portugal "de" Cavaco , Soares ou Sócrates, todo o embuste daquela posição atrás descrita fica a descoberto. CVavaco foi o chefe de um governo que desbaratou fundos europeus, supostamente destinados à estruturação de um modelo de desenvolvimento que, constatamo-lo agora, com Sócrates, faliu por inteiro, devido ao mau uso dado ao capital entrado em Portugal.


Com Soares e os seus duvidosos "amis" de Andrés Pérez ao singularíssimo homem de "esquerda" que foi Mittrã, Portugal tornou-se na prática no protectorado que, desde aí, nunca deixou de ser e que atingiu a pré [?] falência com a doença "socrática" que representa, a meu ver, de forma dificiolmente questionável, o apodrecimento de uma "infecção ideológica", social e política que vem já dos tempos de Bernstein [uma das assumidas referências do chamado "pê-ésse" em '74 e '75, tempos esses "de" BErnstein com os quais os do Portugal de hoje têm tantas evidentes analogias. Bernstein com a sua estúpida política de mordomo ou feitor político da direita alemã abriu a porta ao descrédito generalizado da social-democracia e ajudou a criuar as condições "ideais" para a ascensão de Hitler e do nazismo ao poder.


Com Sócrates é o "socialismo" que se desacredita aos olhos de uma sociedade politicamente iletrada incapaz de distinguir a moscambilha ideológica acoitada nas fileiras do ainda partido do governo de um genuíno pensamento socialista, que, aliás, nunca ali, em momento algum, efectivamente morou.


Não por acaso, um homem inteligente, um político lúcido e um historiador esxclarecido como Cunhal abominava veementemente a «aberração-pê-ésse», na qual via o "agente infiltrado" do capitalismo transnacional semopre disponível para voltar a fazer os fretes que Bernstein fez ao grande capital financeiro alemão e aos seus interesses belicistas tão tragicamente bem representados, eses sim, no sinistro nazi-fascismo e na eclosão do gigantesco negócio que foi para eles a II Guerra Mundial..


E nem colhe dizer-se que o grande capital que mesmo antes do final da guerra astuciosamente abandonou a mina de oiro de Siemens, Krupps e cª que Hitler manifestamente


[Na imagem: efígie de Eduard Bernstein]










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