quarta-feira, 23 de março de 2011

Elisabeth Taylor, "Sois belle et tais-toi! [1897-2011]


O que parecia impossível aconteceu ontem: a morte de um ser... "imortal": Elisabeth Taylor.

Num mundo como o de hoje povoado de Charlie Sheens e Madonnas, é difícil apreender em toda a sua "escandalosa" extrensão, o que foi o mito de Elisabeth Taylor nos púdicos anos e décadas do salazariasmo: o casamento com o marido da melhor amiga: Eddie Fisher [também ele recentemente falecido e que se divotciou de Debbie Reynolds para casar com Taylor], o casamento e o divótcio com novo casamento com Richard Burton, as ruidosas discussões entre ambos, o fenómeno "Cleópatra" [um mega-sucesso pop que o não terá sido tanto do ponto de vista comercial que ajudou a consagrar, Taylor como "man-eater". Tudo isto excitava prodigiosamente, de modo, repito, difícil de apreender hoje, o amodorrado e forçadamente "recatado" Portugal de '50 e '60.

E, no entanto, Taylor foi mais do que um ponto absolutamente referencial do "star system": fcomeçou potr ser actriz: foi a menina ingénua dos primeiros "Lassie", foi, depois, a deslumbrante "leading lady" de "Raintree County" do equívoco Edward Dmytryk na pwersionagem da "southern Belle" à la Scarlett O'Harapor quem Monty Clift se perdia de amores a ponto de por ela sacrificar um casamento "respeitável", numa espécie de espelho que foi, também prenúncio do que se passaria na vida real com o já citado "caso" Eddie Fisher/Debbie Reynolds.

Além de Cleópatra, Taylor foi, ao lado de Burton, a explosiva "megera aprisionada" de Shakespeare cinematograficamente "revista" pelo muito oportunista e "comercialão" Zefirelli, num filme que aproveitou, também ele, a "boleia" de uma certa imagem pública da estrela agora desaparececida [asperamente posta em causa pelo próprio Papa que a catalogou como "vagabunda sexual"] .

"Fez"ainda [diria eu: "como pôde", "with lots of sound and fury as was required"] Tennessee Wuilliams num papel clássico: o de "Maggie, a gata" em "Cat On A Hot Tin Roof" de R. Brooks, com *aul Newman e Burl Ives. Além de Williams "fez" ainda Albee no cinema, ao lado do inevitável Burton em "Who's Afraid of Virginia Wolf?" além de protagonizar uma adaptação de Carson McCullers, "Reflections In A Golden Eye"" ao lado de Marlon Brando, Brian Keith e de uma quase perfeita Julie Harris.

Taylor foi, como atráss digo, uma refeência no contexto do "star system" cuja carreira foi consistentemente orientada no sentido da "recuperação de uma imagem público tumultuosa que era quase garantia prévia de sucesso em termos de "box office", objectivo procurado e alcançado sempre em detrimento da actriz.

Além do que atrás refiro, a sua extraordinária beleza terá igualmente contribuido, como tantas vezes sucede, de forma perversa para ofuscar as qualidades da actriz em detrimento da "estrela".
Faleceu ontem com 79 anos.

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