quarta-feira, 13 de abril de 2011

Se quisermos perceber algo da génese do cristianismo como teoria geral para a realidade [não tanto da realidade, como, sobretudo, diria eu, para ela] torna-se, a meu ver, necessário recorrer a Freud, o Freud de "Totem e Tabu" e ao que a psicanálise diz sobre a mecânica da formação do próprio pensar religioso primitivo, como tal. Para Freud, com efeito, o refetido Freud de "Totem e Tabu", o acto fundador do pensar religioso primitivo consiste na execução do Pai autoritário, ulteriormente devorado pelos respectivos filhos que, desse modo, simbólico, assimilam o próprio poder do assassinado. O cristianismo reinventa, sofisticando-o, este acto fundador, criando todo um temário de natureza cosmogónica e histórica que passa pela morte e ressurreição de Deus/Jesus, assassinado por inimigos e não já pelos seus. Gere, assim a culpa que, segundo Freud sobrevive à execução edípica, convertendo o acto neurotiforme de concelebrar com os outros executantes do crime o próprio acto libertador, num ritual de celebração da vítima idealmente apaziguada por ese mesmo acto redentor que é o sacrifício da missa e, no limite, numa genuina ética para toda a comunidade--uma ética baseada na ideia do clássico "amai-vos uns aos outros" .

Mais: vai ao ponto de des-fazer simbolicamente o próprio crime recorrendo a uma "complexificação significada" da percepção dos ritmos naturais, de acordo com a qual a natureza "morre" no inverno para ciclicamente renascer na primavera, que se acha, a meu ver, na origem do motivo da Ressurreição: o Pai devolvido ulteriormente à vida, no imaginário ritual dos que começaram por executá-lo e devorá-lo.


Tudo isto [a morte do Pai e o banquete totémico que se lhe segue] está, com efeito, ainda hoje muito claro no ritual da missa.


A verdade é que este esforço de abtractização ou terciarização operado pelo criatianismo no motivário religioso ritual se faz, a meu ver, acompanhar de uma caracteística que ainda hoje se mantém e que corresponde a uma certa perda de contacto do ctristianismo com a realidade. D


e facto, perda relativamente aos fundamentoas funmcionais pragmáticos da religião primitiva que faz com que

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