sexta-feira, 7 de março de 2008

Sobre a propriedade ou impropriedade da propriedade---outra vez...




Sobre a questão da propriedade já conhecem algumas das coisas que sinceramente penso.


Mas há outras que eu igualmente penso e ainda não tive oportunidade de dizer.


Esta, por exemplo: como é que alguém pode, com seriedade, andar a "chatear-nos constantemente a porca" com ASAES, ameaças de prisão e, de uma maneira geral, limites absolutamente ilegítimos e juridicamente aberrantes, monstruosos mesmo ao exercício (porém oficialmente reconhecido) à propriedade invocando o "respeito devido à dita intelectual" (aquela do poder-se comprar um DVD mas não o poder mostrar aos vizinhos se forem mais de dois ou três cheira a "fascismo empresarial" que tresanda!...) e, depois, acha a coisa mais natural deste mundo que um qualquer burgesso armado em director de programas retalhe impunemente um filme autenticamente à machadada ou a golpes de bárbara podoa com o (culturalmente desprezível!) pretexto de estarmos numa estação (televisiva) "comercial?"


Então isso já não repesenta um vil atentado à propriedade intelectual?!


Um homem faz um filme com uma certa economia estrutural, um certo ritmo, uma certa consistência rítimica e um certo "balance" específico que (bom ou mau!) é o seu e vem um camelo qualquer que só vê dinheiro à frente e decide partir aquela m... toda de uma ponta a outra, metendo a faca onde muito bem apeteceu à sua estupidamente merceeira (ou esteticamente tasqueira, escolham!...) "cabecinha" e toda a gente acha muito bem e se cala perante a brutal cavalice cometida em nome da livre empresa e da "brilhante inventiva" publicitária perante o olhar impávido de todos!!


Já pensaram numa "Guernica" cortada em quatro "partes" com cartazes (sei lá!) de camisas-de-vénus nos "espaços vazios"?...


Ou num "David" de Miguel Ângelo desmontado e remontado por um taberneiro qualquer a soldo, por exemplo, de um banco de esperma privado de modo a caber no espaço entre o marmóreo, clássico ventre e a não menos marmórea (e clássica!) pilinha um frasco com "sumo de homem" e uma frase estúpida qualquer anunciando as vantagens de se fazerem filhos com a ajuda (ou a "desinteressada intermediação"?) dos mecenáticos "empresários" em questão??

Respeito pelos artistas e pela propriedade intelectual??!!

Como dizia o outro: "Porra! Não me lixem, pá! Vão mas é brincar com o c..."




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