O Sporting´[digo-o sem sombra de sarcasmo!] é um grande clube que não merecia ser representado por alguns figurões indescritivelmente inábeis que, actuando em seu nome, tudo fazem para lhe criar embaraços e somar dificuldfades aos inúmeros problemas que já afligem o clube.
Tive ontem ocasião de confirmá-lo perante a crise histérica sofrida em directo por um dos mais mediáticos "notáveis" do clube que na TVI resolveu, a pretexto de minimizar a vitória do Benfica no 77º derby , "linchar" publicamente, em termos profissionais, o treinador da própria equipa, na sequência de um outro tiro no pé dado por um candidato à presidência do clube que recentemente interrogado sobre se, quando/se fosse eleito iria rever a composição do plantel sportinghuista repondeu afirmativamente referindo-se à "evidente necessidade e até urgência de fazê-lo", desvalorizando, desse modo, na prática e para todos efeitos, o actual grupo de jogadores ao serviço do clube.
Não será muito difícil imaginar como se sentem os jogadores ao entrar em campo para defenderem um clube que não acredita neles [ou, pelo menos, em al«gunas deles, de resto, não identificados] nem como será recebido pela "rua" sportinguista daqui em diante o trabalho de um treinador "linchado" profissionalmente, em público por um associado "notável", cm plana crise aguda de incontinência verbal.
Tenho para mim que o mau início de época do Benfica não pode ser dissociado da descrença que pode ter invadido os espíritos dos jogadores da equipa principal de futebol resultante dos contínuos lamentos do seu treinador envolvendo as saídas de Di Maria e Ramires, lamentos esses naturalmente sentidos por todos, joggadores obviamente incluídos, como um atestado de menoridade e incompetência passado aos futebolistas do Clube que ficaram a defendê-lo e designadamente às novas contratações uma delas, tendo aliás sido decisiva para a vitória de ontem: Nicolás Gaitan, vítima futebolística, durante muito tempo, da confessa nostalgia institucional amiúde manifestada, como digo, relativamente aos jogadores em causa...
A quem fala em representação dos clubes exige-se naturalmente contenção e inteligência no discurso, sabendo nós que um disparate pronunciado na televisão está em geral condenado a tornar-se verdade absoluta, pouco tempo depois.
Perante crises histéricas como a de ontem à noita é quase irresistível a tentação do recurso a uma paráfrase de um célebre cliché: De facto, com defensores e "notáveis "destes, quem precisa de atacantes ou arruaceiros?...
Aklém de um deplorável sinal de mau perder, funcionam os casos que citei como um incentivo ao desânimo de um plantel e de um técnico completamente abandonados por dirigentes irresponsáveis e sem a mínima noção do respeito devido aos adeptos, dirigentes que, incapazes de reconhecer as culpas próprias, preferem fazer as malas e "pôr-se a milhas" das situações por si criadas e/ou consentidas abandonando à sua sorte aqueles que, em dado momento foram buscar para representar o clube, desresponsabilizando-se, em seguida, daquilo que é, afinal, um acto de gestão cuja responsabilidade tem naturalmente de ser-lhes imputada.
[Na imagem: separata de um velho "Mundo de Aventuras", representando as equipas principais de futebol do Benfica e do Sporting, preparadas para disputar um jogo da Taça de Portugal, referente à época de 1951-52
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