Há muito que venho defendendo a ideia de uma necessária especificidade estrutural dos partidos da Esquerda.
Não que eu faça como certos "comentadores" encartados que por aí para nosso mal [e dos nossos neurónios] pululam a categoriação das forças partidárias entre os partidos "de poder" e "os outros".
De poder são-no o P.C.P. e o Bloco que são poder democraticamente eleito num grande número de municípios e juntas de freguesia.
Não é portanto disso que se trata mas de defender que o grande problema da Esquerda em Portugal é o de ela ter aoparentemente aceite ser uma bas bandas do casaco de um sistema económico-político intolerável que, sob a pressão e a "Inspiração" [ou com o pretexto] da "europeização" dos diversos países da verdadeira Europa.
Ou seja: o de terem eles aceite encaixar-se assumidamente no sistema em lugar de, como até aqui preconizavam, seguindo correctamente os ditames do marxismo, trabalharem para transformá-lo.
E se o Bloco tem a alibi ou a desculpa de ter reconhecida e assumidamente apagado por completo o passado revolucionário, pondo a zero o respectivo conta-quilómetros ideológico, pelo qual se norteavam, a U.D.P. maoísta e o P.S.R. trotskista, tendo sido gerado precisa ou imprecisamente a partir desse dificilmente explicável quasi-edipiano gesto fundador, já o P.C.P. persistindo em auto qualificar-se de marxista e até leninista tem, a meu ver, muito a explicar nestas matérias envolvendo a respectiva integração formal no sistema.
Pessoalmente, sempre defendi que o papel dos partridos de Esquerda [nos quais não incluo por razões política e intelectual ou até moralmente óbvias, o repulsivo P.S. de Soares a Sócrates, in/digno herdeiro dessa miserável social-democraxcia que, nos anos '20 do século passado, na Alemanha, levou, com as trágicas consequências que se conhecem, Hitler "ao colo" até ao poder.]
Hoje, no caso português, é o neo-corporativismo caviar da ultra-direita de Passos, Portas e do tenebroso Cagão Fálix que encontra por generosidade de Sócrates e Cª limitada a poperta aberta para o poder, num momento em que tem as costas protegidas pelo espectro da crise que a ndranghette pê-ésse importou ou nacionalizou e que fornece ao canibalismo económico e social da direita o ensejo e a justificação para as malfeitorias que finalmente surgiram à luz do dia...
Ora, neste contexto, o que menos devia interessar à Esquerda [e daí a minha discordância de fundo com os que, como Daniel de Oliveira apontam o dedo à direcção do B.E. por ter falhado no caminho da conquista do poder nacional] seria gerir a ]seja-me permitido o vernáculo] porcaria cozinhada a meias pelo capitalismo global e pela escória técnico-política que com ela lidou no plano nacional, nestes últimos decénios.
Ora, neste contexto, o que menos devia interessar à Esquerda [e daí a minha discordância de fundo com os que, como Daniel de Oliveira apontam o dedo à direcção do B.E. por ter falhado no caminho da conquista do poder nacional] seria gerir a ]seja-me permitido o vernáculo] porcaria cozinhada a meias pelo capitalismo global e pela escória técnico-política que com ela lidou no plano nacional, nestes últimos decénios.
São conhecidas as consequências da cumplicidade em tempos estabelecida e institucionalizada entre Comunistas e pê-ésses franceses, no âmbito de um malfadado "Programa comum" de governo chefiado pelo inefável Mitrã do "outro": a criação ulterior de condições para a extinção a prazo do próprio P.C.F., um partido que no "maquis" tinha ganho direito a um respeito político que se julgaria insusceptível de poder desaparecer. Sobretudo, do modo inglório como o foi.
Ora, tal como a vejo a missão histórica da Esquerda não é hoje-por-hoje, na Europa, a de ganhar berlindes, cromos ou caricas à direita, como pretendem os adeptos da ideia de imolar a liderança do Bloco por não tê-lo conseguido levando a própria Esquerda ou parte relevante dela a encaixar-se [oui enquistar-se?] ulteriormente no próprio sistema.
A missão da Esquerda é hoje a de patrocinar a emergência de uma consciência política inexistente em Portugal, ao contrário do que acontece, por exemplo, na Grécia.
Não que eu faça como certos "comentadores" encartados que por aí para nosso mal [e dos nossos neurónios] pululam a categoriação das forças partidárias entre os partidos "de poder" e "os outros".
De poder são-no o P.C.P. e o Bloco que são poder democraticamente eleito num grande número de municípios e juntas de freguesia.
Não é portanto disso que se trata mas de defender que o grande problema da Esquerda em Portugal é o de ela ter aoparentemente aceite ser uma bas bandas do casaco de um sistema económico-político intolerável que, sob a pressão e a "Inspiração" [ou com o pretexto] da "europeização" dos diversos países da verdadeira Europa.
Ou seja: o de terem eles aceite encaixar-se assumidamente no sistema em lugar de, como até aqui preconizavam, seguindo correctamente os ditames do marxismo, trabalharem para transformá-lo.
E se o Bloco tem a alibi ou a desculpa de ter reconhecida e assumidamente apagado por completo o passado revolucionário, pondo a zero o respectivo conta-quilómetros ideológico, pelo qual se norteavam, a U.D.P. maoísta e o P.S.R. trotskista, tendo sido gerado precisa ou imprecisamente a partir desse dificilmente explicável quasi-edipiano gesto fundador, já o P.C.P. persistindo em auto qualificar-se de marxista e até leninista tem, a meu ver, muito a explicar nestas matérias envolvendo a respectiva integração formal no sistema.
Pessoalmente, sempre defendi que o papel dos partridos de Esquerda [nos quais não incluo por razões política e intelectual ou até moralmente óbvias, o repulsivo P.S. de Soares a Sócrates, in/digno herdeiro dessa miserável social-democraxcia que, nos anos '20 do século passado, na Alemanha, levou, com as trágicas consequências que se conhecem, Hitler "ao colo" até ao poder.]
Hoje, no caso português, é o neo-corporativismo caviar da ultra-direita de Passos, Portas e do tenebroso Cagão Fálix que encontra por generosidade de Sócrates e Cª limitada a poperta aberta para o poder, num momento em que tem as costas protegidas pelo espectro da crise que a ndranghette pê-ésse importou ou nacionalizou e que fornece ao canibalismo económico e social da direita o ensejo e a justificação para as malfeitorias que finalmente surgiram à luz do dia...
Ora, neste contexto, o que menos devia interessar à Esquerda [e daí a minha discordância de fundo com os que, como Daniel de Oliveira apontam o dedo à direcção do B.E. por ter falhado no caminho da conquista do poder nacional] seria gerir a ]seja-me permitido o vernáculo] porcaria cozinhada a meias pelo capitalismo global e pela escória técnico-política que com ela lidou no plano nacional, nestes últimos decénios.
Ora, neste contexto, o que menos devia interessar à Esquerda [e daí a minha discordância de fundo com os que, como Daniel de Oliveira apontam o dedo à direcção do B.E. por ter falhado no caminho da conquista do poder nacional] seria gerir a ]seja-me permitido o vernáculo] porcaria cozinhada a meias pelo capitalismo global e pela escória técnico-política que com ela lidou no plano nacional, nestes últimos decénios.
São conhecidas as consequências da cumplicidade em tempos estabelecida e institucionalizada entre Comunistas e pê-ésses franceses, no âmbito de um malfadado "Programa comum" de governo chefiado pelo inefável Mitrã do "outro": a criação ulterior de condições para a extinção a prazo do próprio P.C.F., um partido que no "maquis" tinha ganho direito a um respeito político que se julgaria insusceptível de poder desaparecer. Sobretudo, do modo inglório como o foi.
Ora, tal como a vejo a missão histórica da Esquerda não é hoje-por-hoje, na Europa, a de ganhar berlindes, cromos ou caricas à direita, como pretendem os adeptos da ideia de imolar a liderança do Bloco por não tê-lo conseguido levando a própria Esquerda ou parte relevante dela a encaixar-se [oui enquistar-se?] ulteriormente no próprio sistema.
A missão da Esquerda é hoje a de patrocinar a emergência de uma consciência política inexistente em Portugal, ao contrário do que acontece, por exemplo, na Grécia.
Em caso algum, o Partido Comunista deveria, a meu ver, ter abandonado a ideia [e o projecto!] de uma escola política que foi sua durante decénios e de que resultou, afinal, em larga medida, o seu triunfo em diversos pontos do globo; um projecto que assentava nas conhecidas 'células' [de empresa mas agora, também de cidadãos], células essas onde se dava da realidade uma visão teórica que não só não era a do poder como era, na realidade, a oposta a essa.
Não creio, com efeito, que a selvajaria económica, social e política instalada necessite para equuiolibrá-la de uma selvajaria "de esquerda": acredito convictamente que ela precisa, sim, de uma verdadeira e generalizada oposição por parte daqueles sobre os quais ela incide.
Não creio, por isso, que entrar no sistema, como manifestamente sucedeu com os partidos nacionais dessa área seja a via correcta para a actuação certa da Esquerda nos nossos dias!
Como acontece na Grécia, por exemplo.
Choca-me a ideia de um "Esquerda instrumental", operando continuamente para viabilizar, tornando-a tendencialmente habitável em termos económicos, sociais e políticos, uma direita intratável e canibalística, insusceptível de com ela se conviver institucionalmente sem se ser por ela devorado.
Como tudo leva a crer vá muito brevemente suceder em Portugal, hoje.
Eu acredito que com a espantosa quantidade de gente brilhante que possui na reaspectiva liderança, o Bloco de Esquerda mesmo sem possuir da realidade uma visão orgânica, está especialmente vocacionado para essa tarefa de consciencialização popular que é hoje, em meu entender a verdadeira vocação da Esquerda de um sistema sem esquerda e sem possibilidade de possuir uma que não seja necessariamente sua cúmplice e seu instrumento possibilitante.
Penso que o ideal seria que se criassem entre nós condições de conscialidade política que permitissem à sociedade portuguesa replicar em Lisboa, no Porto ou nas restantes cidades e vilas do território nacional uma Atenas que foi, como é sabido e como ainda há pouco lembrava um dos piores inimigos da Democracia, precisamente a pátria desta.
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