quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Outra Vez Traduzindo Beckett... no dia seguinte a ter morrido Lévy-Strauss"

Para me conservar dentro de um espírito adequadamente beckettiano [mal digerida ainda a amarga notícia do passamento do autor de "Tristes Trópicos", Claude Lévy-Strauss] enquanto verto para português um dos textos de Beckett ainda inéditos no nosso [solidíssimo, resistente e teimosamente imperfeito idioma] ofereço-me aqui a mim mesmo uma impressiva imagem do seu enigmático, inquietante e tricéfalo "Spiel/Play/Comédie", uma imagem que é também, num certo sentido simbólico [ou inquietantemente metafórico] a representação cristalizada da própria Morte---de que me permito socorrer-me para evocar, com o coração pesado como poucas vezes antes, não apenas o génio de ambos como, desde logo, a mais recente traição feita à Cultura Universal com a morte física do segundo...

6 comentários:

Carolina Consentino disse...

Ola amigo Carlos!
magina não me zanguei não eu mandei uns comentarios no seu blog faz um tempo eu só dei uma pausinha no blog!
e moderei meus comentarios,agora antes de publica-los, porque andei tendo umas "invasões" de umas pessoas maldosas no meu blog ai depois que moderei pararam de mandar comentarios desagradaveis,por isso que não vai os comenarios direto,eles vão pra uma caixa de mensagem para que eu aceite!!
Mas como vai? andou sumido um tempo também não?
abraços!

Ezul disse...

Dou por mim a tentar a analisar o que sinto após a notícia de mais esta partida. Apetece-me homenagear essa façanha que foi viver 100 anos e testemunhar (e sobreviver) a história do século XX. Lamento uma perda irreparável e há, lá no fundo, a raiva por não nos terem permitido conquistar a eternidade física...Também choro por tudo o que não foi possível reter!

Carlos Machado Acabado disse...

Amiga "Anita": que bom tê-la por "cá", outra vez!
Eu, agora, ando é muito atarefado (mas a sério, ham?) a traduzir uma peça de Beckett que me dá "água pela barba" para fixar um texto que seja simultaneamente fiel ao original (é Beckett, caramba!) e plástico, fluido, autónomo em português---porque a versão que estou a organizar é para ser encenada em palco.
É uma responsabilidade imensa fazê-lo (eu sou um "coca-bichinhos" danado!) e chego a acordar de noite a sonhar com uma palavra ou uma expressão que 'fica melhor' do que a anterior...
É um trabalho apaixonante mas que assusta, intimida!
Até porque eu gosto muito de Beckett.
Enfim...
Em relação ao seu blog, eu cometi a estupidez de não perceber logo "aquilo" da "caixa de mensagem", pensei que me tinha enganado em alguma coisa e vá de repetir os envios até ter (finalmente!) percebido o que se estava a passar...
Imagino que tivesse por aí montes de 'posts' a dizer... rigorosamente a mesma coisa que o anterior...
Mas acho que faz bem, claro, se andaram a assediá-la com tolices: é para isso que essas coisas servem.
Mas olhe, volte sempre, ouviu?
Eu, logo que entregue a tradução (vai para ensaios muito breve) fico mais livre para comentar os seus trabalhos.
Entretanto, não deixe de dar umas sdaltadinhas aqui ao "Quisto" onde será, como todos, invariavelmente (muuuito!) bem recebida.
Beijinho Amigo!

Carlos

Carlos Machado Acabado disse...

Olá, M.!

Pois foi.
Eu fiquei impressionadíssimo sobretudo com o modo como a notícia me chegou: numa daquelas importuníssimas "passadeiras subterrâneas" que fazem absoluta questão de nos desconcentrar e perturbar a percepção das notícias na televisão, dizendo "morreu Claude Lévy-Strauss" no meio de uma série inominável e caótica de "fait divers" sobre a "crise no Sporting" e quejandos...
Curiosamente, tive a mesma reacção que a M. pensando que há pessoas que nunca deviam morrer ou sequer envelhecer.
Há Belezas intelectuais e mesmo físicas, Inteligências em geral, Esclarecimentos, 'Lucidezes' individuais e até colectivas que deviam ser mais ou menos sagrados e estar, por isso, a coberto das baixezas da matéria, do que poderíamos chamar 'the ravages of Time and Circumstance', não é?...
O Lévy-Strauss [como Saussure ou o Foucault, por exemplo]---com todas as limitações e até disfunções a vários níveis que os respectivos pensamentos trouxeram consigo: nos anos '70, em Portugal, o «estruturalismo» foi, como sabe, uma autêntica obsessão que se originou de modos variáveis na "Obra" de todos eles---operaram, em qualquer caso, para o bem (e também para algum mal, é verdade), uma verdadeira revolução no meu próprio modo pessoal de ver a realidade.
Mas esse tipo de (desejável!) 'perturbação' e 'inquietação' (muitas vezes, de autêntico "abalo epistemológico"!) é, afinal, aquilo que nos faz crescer como indivíduos, não é?
Nesse sentido, temos sempre de ficar gratos a quem nos inquieta e angustia, como foi o caso, acho eu.

E dizer que, no fim, tudo "acabou" com uma tira vermelha a passar tímida, quase envergonhadamente , num écrã de televisão "às cavalitas" de uma "crise" qualquer num clube "desportivo" ainda mais qualquer...
Ou coisa que o valha.
Enfim...

Beijinho!
Volte sempre!

Carolina Consentino disse...

Ai entendo,deve estar muito atarefado mesmo e ai o tempo corre >< o bom é que faz algo que gosta ai depois de todo esse trabalho vai ter a recompensa e o deleite de ver tudo pronto e dando certo!!! ^^ e espero que de certo esse espetaculo!! ^^ gostaria de ve-lo se estivesse por ai!!!
é e eu também esqueci de avisar a todos que eu moderei os comentarios ai quem comenta acaba pensando que eu fechei os comentarios ou bloqueei mas recebo todos e aceito depois e tal! é que foi o unico jeito que encontrei de fazer parar as invasões! >< mas seja bem vindo por la também sempre que quiser!^^
e muito obrigada amigo Carlos vou passando pelo teu blog e deixando comentarios!
abraços!!!!!

Carlos Machado Acabado disse...

Cá a espero, "Anita"!
'Isto' da tradução está praticamente acabado: agora é polir, polir, polir!....]
Mais um dia ou dois e está feito.
E você?
Tem trabalhado?
Pintado?
Escrito?
Deixe aqui notícias dos seus projectos...
Abração!
Carlos