terça-feira, 27 de março de 2012

"Se eu fosse mais novo..."


... ainda voltava a Bruxelas, de prererência para o inesquecível "septente-trois" rue de Spa...
E voltaria mesmo [quem sabe?] a conduzir uma daquelas velhas 7.000 da STIB...

"A Tusca pouco depois de ter chegado à família, Março de 2012"


"A Nokas no castelo de Montemor-o-Novo em Março de 2012"


quinta-feira, 22 de março de 2012

"Greve Geral"


O meu blog está de alma e coração com ela!!!

sábado, 17 de março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

"Cine-Teatro Curvo Semedo: decoração exterior"



Uma rua do meu bairro perto da minha.

"Arcadas do Cine-Teatro Curvo Semedo em Montemor-o-Novo"


A outra Cidade Branca...
Edifício setecentista da antiga Junta de Freguesia de N. Sra. da Vila em Montemor-o-Novo.
Uma janela em Montemor.
A minha sala de trabalho-biblioteca em Montemor. É a sala onde tenho a não-ficção toda.O caos [mais ou menos...] organizado

sexta-feira, 9 de março de 2012

JOSÉ AFONSO - "Foi na cidade do Sado "

Rui Santos, irritado, diz uma asneira

"A Propósito da Vitória de ontem do Sporting sobre o Manchester City"

Não sou sportinguista [não saberia sê-lo, acho...] e confesso que não fico especialmente feliz com as vitórias do "lado errado da 2ª Circular".
Bem pelo contrário, aliás!
Considero que em matéria tão volátil quanto essa das simpatias clubistas, tão legítimo é ser "de" um clube quanto não ser activamente "de" outro, desde que esse não-ser não extravaze das normas básicas de civilidade, que é como quem diz, desde que as normas de conduta [a aceitação das regras do jogo competitiuvo em sentido lato como estrito] usadas para exprimir as antipatias clubistas sejam rigorosamente as mesmas utilizadas para veicular as simpatias.
Refiro-me obviamente às manifestações civilizadamente usuais [os gritos, as palmas e por aí adiante] pelo que tão legítimo se me afigura gritar "Goooolo!" quando o meu Clube marca um como fazê-lo quando são os adversários dos clubes da minha... antipatia a lográ-lo.
Suponho já aqui havê-lo dito em tempos: não gosto do Sporting desde a sua fundação por um visconde [que contraponho ao facto de o Benfica ter sido o único grande a ter um operário como presidente, Manuel Afonso, tipógrafo] e reforcei essa antipatia com o roubo de Artur José Pereira, a primeira grande vedeta do futebol nacional, um roubo que teve, como é sabido, clara base económica porque os argumentos invocados pelo outro clube a que alguns chamam pejorativa mas sempre educadamente "o clube do sr. visconde" foram [ironicamente tendo presente a farsa recente do jogo disputado sobre...areia pintada de verde [!!] em vez de relva...sic transit gloria mundi...] o relvado do campo e o duche quente oferecido por uma instituição rica e elitista .
Não consigo, por isso, confesso, deixar de sentir um arrepio especial de emoção sempre que a competição "endireita simbolicamente o destino" e depõe nova derrota no bornal dos "outros" ainda que daí não resulte no imediato benefício directo visível para o meu próprio Clube, que é, como é também sabido, de outro campeonato. Ou, como costumava dizer um ex-colega meu de Filosofia, de "outro patamar existencial".
A verdade, porém, é que anos [décadas!] de rivalidade e antipatia tiveram o efeito singular de me aproximar do objecto desta última, sendo já há muito, o Sporting o meu "inimigo íntimo" e "de estimação", algo que vem sobretudo, dos meus tempos de menino em que às crianças se perguntava "E tu, menino? És Benfica ou Sporting?".
Não havia, então, alternativa e foi preciso que uma gente mafiosa vinda dos confins ou das alfurjas do que se tornou a dado passo, de forma dificilmente escondível, a "Sicília portuguesa", esse paroquial e «moralmente canceroso» Porto das sucessivas gestões pê-ésse, se infiltrasse no caso para que a radical disjuntiva atrás enunciada perdesse parte do seu fundamento e da sua relevância original...
Mas aí, a questão já é outra porque se ser rico não é necessariamente crime, tratando-se de clubes desportivos, ser corrupto e, portanto, desonesto, mafioso é-o e muito pelo que a antipatia no caso da instituição que melhor corporiza a sem-vergonha entre nós nada tem que possa sequer ser confundida com, mau grado tudo, uma certa "clandestina" e singular afinidade, chamemos-lhe: secundária.
Sem que isso me faça como agora se diz, "sair do sério" e tornar-me tão antissocial e bravio quanto a maltosa que, em regra acompanha as deslocações dos corruptos para "desejar ver a «minha» maravilhosa cidade a arder" e a minha antipatia e o meu profundo desprezo ganhem outra forma que não a sepre frontalmente assumida alegria quando eles perdem.
Sirvam estas considerações de introdução ao seguinte: Ontem, o Sporting venceu o Man City de Inglaterra para a Liga Europa. Confesso que estava à espera de [e--por que não dizê-lo?-- até desejava!] uma cabazada inglesa, dada a diferença de poderio económico-financeiro entre um clube tecnicamente falido e um outro "das Arábias", cheio de dinheiro para investir em estrelas como Djeko ou Kun Agüero.
Acontece que o Sporting conseguiu não só afastar esse fantasma da goleada como vencer o jogo.
Porque lutou, não teve medo e foi feliz.
Jogou "à Sá Pinto", dirão os seus adeptos.
Confesso que não morro de amores por este Sá Pinto, que me parece comprovadamente um indivíduo que, num país sério e a sério, com uma Justiça, desportiva ou não, séria e a sério, já teria sido banido de vez.
Considero-o um personagem que devia envergonhar quem o contrata e se revê nele e admito ter ficado profunda e genuinamente escandalizado quando trocaram um técnico sério e competente como Domingos Paciência por este comprovado caceteiro, com "provas dadas" em matéria de comportamento antissocial.
Não tanto porém, por ser ele e ele ser quem é [isso são questões que não me interessam directamente não sendo eu sportinguista e não havendo, no meu Clube, lugar para este tipo de personagem] mas sobretudo porque o que a troca em causa comprova é que há instituições que, numa altura e numa fase ou num estádio de, chamemos-lhe: desenvolvimento, o capitalismo pós-industrial em que "lá fora", se caminha já em muitos casos, para a consolidação de um modelo competitivo empresarial devidamente actualizado, "por cá" os clubes continuam "artesanais", verdadeiras "quintas do mestre André" dirigidos por caciques sem dimensão nem estatura intelectual e moral, eleitos para conferirem expressão institucional às vociferações de bandos de vagabundos e vadios de toda a ordem, um lumpen económica e socialmente desenraizado e , por isso, persistentemente marginal que nos transporta a todos como país, para um passado político, social, cultu[r]al e competitivo que julgávamos ultrapassado.
Não é, pois, apenas a mafia da fruta que apodrece o futebol e que de um modo mais amplo contribui para apodrecer a sociedade portuguesa no seu todo...
Sendo eu assumidamente opositor das diversas formas de mitificação contemporânea do "mercado" que é como quem diz da obsessão argentocrata e economaníaca que, aplicadas ao chamado "capitalismo democrático" nos trouxeram à actual "crise" global, não tenho, como há anos dizia num texto escrito para a "Seara Nova", apenas o aprofundamento da ecologia da superestrutura do capitalismo e por conseguinte a clarificação integral das contradições constantes do funcionamento "normal" da respectiva infraestrutura económica pode atenuar os riscos de um retrocesso histórico, social, político etc. e sobretudo civilizacional que, como se dizia noutros tempos da Alemanha hitleriana de sinistra memória, venha, de novo "put the clock back" e a nós todos com ele.
E não só no âmbito da competição, chamemos-lhe: "desportiva"...
Na imagem: Carlos Gomes, para mim e com excepção de Michel Preud'homme, o melhor guarda-redes que vi actuar em relvados portugueses.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Entrada para o Centro Cívico de Carnaxide

Lugar de encontro das pequenas vaidades suburbanas e neste preciso ponto do conjunto, do activo e omnipresente beatério local que faz deste subúrbio pretencioso uma versão pós-moderna e neo-liberal da Leiria do padre Amaro de Eça...

Fevereiro de 2012

Fevereiro de 2012, corredores do S. Francisco Xavier

segunda-feira, 5 de março de 2012

"O Verdadeiro Benfica..."

...é, sem qualquer saudosismo mas com uma tremenda saudade, este, o que venceu duas Taças dos Campeões, troféu que, para mim, se chamou durante muitos anos, a Taça dos Lampiões. Era uma equipa perfeita, se as há. Tinha um excelente guarda-redes, o Costa dos Frangos, o grande Alberto da Costa Pereira, já falecido. Uma defesa de betão mas de betão elástico onde o Coentrão desse tempo, o Cavém pontificava com as suas descidas empolgantes pela direita e que o genial Germano fechava como ninguém; um meio campo de ferro com o Neto, o Mário João [ausentes da foto] e sobretudo, a chave do tridente que era o inimitável Coluna, aqui apoiado pelo cunhado resgatado do Sporting, o Péridis [de pé entre o Germano, o "Divino Calvo" e o ex-leixonense Raul] e um ataque que, como na canção do Zeca, era uma orquestra. A Orquestra Vermelha do Zé Augusto, Eusébio, Águas, aqui, Torres e Simões.

Uma Saudade Imensa: Jaime Graça, 1942-2012


Formou com Coluna o melhor meio-campo de que tenho memória no Benfica. Ambos tiveram como missão alimentar a fantástica "Orquestra Vermelha" composta por J. Augusto, Eusébio, Águas, depois Torres e Simões.
Dele disse recentemente um companheiro de Clube que "só tinha um pé", o direito. Mas que pé!...
Tinha de ser especial para jogar ao lado do "monstro" Coluna e não destoar. E nunca destoou! No Benfica ou na selecção com a qual esteve em Inglaterra na "gesta", como então se dizia, de 66.
Morreu de cancro.

sábado, 3 de março de 2012

"Na Ressaca de Mais um Insucesso Desportivo" "Benfica: Que Futuro?"

Não podemos mais é meter a cabeça na areia e recusar ver o que é, porém, uma evidência absolutamente gritante: o ciclo Jorge Jesus no Benfica está concluido. Mais do que concluído: esgotado. O J.J. já deu o que tinha a dar...
Perdeu o "toque de Midas" que levava a equipa a transcender-se. Meteu-se-lhe em cabeça que tem de "inventar" Coentrões todos os dias e converteu-se num perigoso e aparentemente insanável factor de instabilidade e desorganização interna...
Apesar de ter aclamado a respectiva contratação, premiada, aliás, com um campeonato, sou hoje forçado a reconhecer que lhe falta consistência para treinar o Benfica. E sobretudo para "reinventá-lo" ou "refundá-lo", como cheguei a acreditar que tinha estofo para fazer e como fizeram, no seu tempo, cada um a sua maneira, Ted Smith, Otto Glória, Mortimore ou Hagan e Eriksson... Rui Costa [se ainda por anda o que não é de todo líquido...] é outro equívoco colossal. O velho "capitão" Wilson ou o grande Mário Coluna são as minhas propostas pessoais para director desportivo. Têm o saber e a autoridade natural para transmitirem a mística e pôr fim às brincadeiras e tragicómicos episódios de engenharia táctica em que Jesus manifestamente se compraz...
Também Luís Filipe Vieira me parece ter sido um excelente "ministro das finanças" do Clube, após o que se converteu, todavia, num "primeiro-ministro" pouco menos do que medíocre. O Benfica segue, assim, cheio de equívocos cujo fim só podia mesmo ser o fracasso anunciado ainda não há muito em Guimarães...
Há muito que me vem parecendo inevitável um "aggiornamento" estrutural que relance o Clube, o Benfica pós-lei "da opção" e o reprojecte para o lugar de referência absoluta no panorama competitivo nacional através da abertura do capital da SAD ao investimento privado, como sucede no futebol inglês com o qual o Benfica está por estatuto "obrigado" a concorrer.
O Benfica liderou, com efeito, durante décadas o futebol nacional porque soube sempre antecipar-se à concorrência com o já citado Ted Smith a apostar na preparação física séria dos seus jogadores, numa altura em que os plantéis se preparavam com corridinhas à volta dos estádios e campos do País e aos grandes para vencerem bastava esperar pacientemente que o cansaço ditasse leis e a sua melhor preparação naturalmente se impusesse e achasse expressão adequada em golos.
Depois com Otto Glória modernizou a estrutura administrativa conferindo-lhe um estatuto já muito próximo do profissionalismo integral. Por muito que custe a quem teima em ver no futebol de hoje um Desporto ou a quem, como eu, não alimenta grandes ilusões nesta matéria, a próxima etapa para os grandes clubes nacionais passa inevitavelmente pela aposta em investidores privados trazendo consigo paradigmas de gestão idónea e consistente que, por exemplo, o diligente L. F. Vieira com a sua visão sempre muito... "paroquial" da administração do Clube é manifestamente incapaz de assegurar.
Os grandes clubes europeus não constituem os seus plantéis com recurso a uma economia de mercearia de bairro [jogadores a custo zero podem sair muito baratos no imediato mas não representam necessariamente investimentos competitivamente rentáveis no sentido de fazer a diferença relativamente aos pequenos precisamente os utilizadores preferenciais e naturais desse tipo de solução económico-desportiva...].
Reside, de resto aí, na percepção estratégica e política da diferença entre uma despesa e um investimento, o fosso que separa uma gestão [não tenhamos medo das palavras ainda quando o respectivo conteúdo nos repugna!] empresarial idónea do romantismo e do amadorismo ainda quando bem intencionados, um e outro.
Nas décadas mais recentes, o Benfica tem sido um verdadeiro modelo em matéria de más decisões que é como quem diz de equívocos dessa natureza entre despesa e investimento. Tenho para mim que os "casos" Rodion Camataru e Ulf Kirsten, dois jogadores que o Benfica terá tentado contratar mas acabou por deixar escapar, se bem me lembro no tempo de Jorge de Brito ou Manuel Damásio são emblemáticos tal como o seriam mais tarde os de Jardel e Falcao este último "roubado" pelo clube dos corruptos, tendo o primeiro sido generosamente "oferecido" aos mesmos corruptos pela falta de visão estratégica de Gaspar Ramos. Com qualquer destes jogadores, a História recente do Benfica poderia ter sido [e ao que tudo indica, teria efectivamente sido] bem diferente. E que dizer das dispensas de Brian Deane ou Pierre van Hoojdonk, matadores que completavam excepcionalmente bem o avançado de apoio ao ponta de lança [em caso algum, ponta de lança ele mesmo!] Nuno Gomes?...
Duas decisões de contabilista míope e chico-esperto, nunca de um estratega que o Clube continua a não ter, com Rui Costa ou sem Rui Costa...
Em todos estes casos, a ideia de poupar uns tostões sobrepôs-se sempre à visão estratégica, envolvendo o futuro do Clube, "condenado", como atrás digo, a "exportar-se" para sobreviver e a assumir-se como europeu, muito mais do que português...
É mesmo, diria eu, o único entre nós com o qual isso é possível por ser também o único com um mercado que o torna potencialmente auto-suficiente sem recurso a receitas extraordinárias, o grande expediente dos corruptos do Norte,, um truque que até o "erudito" "Jornal de Negócios" punha nos cornos da lua apresentando-o como um exemplo de gestão... modelar.
Aí reside, de resto, a meu ver, um outro gigantesco equívoco do minúsculo futebol nacional: o bacoquismo provinciano que tomou conta do chamado «jornalismo desportivo português» herdeiro espúrio de uma elite de prifissionais competentíssimos como foram os que compuseram uma célebre equipa d' "A Bola" [onde pontificavam um Carlos Pinhão ou um Aurélio Márcio] pretende, com efeito, que clubes de província sem mercado tenham passado por artes mais ou menos mágicas a constituir potentados competitivos genuínos apenas porque, graças à cumplicidade de uma "Justiça" bananeira [e escandalosamente "banana", de forma indecorosamente selectiva, também...] conseguiram apoderar-se dos cordelinhos do universo competitivo e aprisioná-los em proveito [naturalmente!] próprio...
A verdade é que clubes como o dos corruptos não têm [no seu caso concreto, devido muito concretamente ao modelo de desenvolvimento agressivamente discriminatório escolhido] [1] a mínima hipótese de sobreviver como entidade promotora de espectáculos desportivos que é aquilo que é suposto serem as SADs dos clubes de futebol e não só, tendo à falta de uma dimensão verdadeiramente nacional capaz de proporcionar-lhes um mercado garante de sustentabilidade] de recorrer marginalmente a um papel de "brokers" ou agentes mais ou menos camuflados dos seus próprios jogadores, conseguindo, desse modo chamemos-lhe apócrifo, compensar aquilo que a venda do verdadeiro produto para que estão licenciados [o espectáculo desportivo] não permite.
Uma imprensa bacoca e bacocamente embasbacada costuma, como disse, considerar este tipo de economia marginal o próprio suprassumo da gestão desportiva tecendo loas aos que, incapazes como o Benfica de gerar receitas directas suficientes, "temperam", de forma regular, a respectiva contabilidade, sempre demonstravelmente deficitária, com receitas que deviam em qualquer caso ser sempre extra-ordinárias e assim permanecer.
Infelizmente uma "desorganização organizada" persistente no futebol nacional tornou esta prática aberrante do "leilão dos móveis" da própria casa para pagar ao merceeiro e ao homem do talho e escapar à prisão por dívidas, uma política perfeitamente legítima e até desejável...
Ora, como foi amplamente ainda não há muito noticiado, o Benfica é o único clube nacional cuja capacidade para gerar receitas lhe permite ombrear com os maiores clubes do mundo.
Daí a minha afirmação de que está "condenado" a exportar-se e a viver naturalmente fora das fronteiras do território nacional. Não sou apenas eu quem defende a necessidade vital da criação de um verdadeiro campeonato ou liga europeus autónomos relativamente às diversas competições nacionais.
O glorioso passado do Clube permite-lhe constituir uma marca compararivamente fácil de vender no mercado da competição, sendo um Real Madrid-Benfica, por exemplo, a meu ver, um jogo capaz de atrair muitos milhares de adeptos ainda recordados da surpreendente jornada dos 5-3. O mesmo se passando com um Benfica-Barcelona cujos ecos não seria impossível [bem pelo contrário, de facto!] que atingissem com o consequente retorno financeiro muitos lares na África e/ou Ásia de expressão portuguesa.
Para já não falar nos E.U.A. com a sua vasta colónia emigrante portuguesa.
Seria, pois, aí que o Benfica A deveria ir buscar as suas receitas regulares e naturais cabendo à equipa B fazer outro tanto internamente...
Como, aliás, chegou na prática a suceder com o fabuloso Benfica "de Guttman e Eusébio" cuja alternativa interna incluía excelentes praticantes de António Mendes, o 'Pé Canhão' a António Peres, o 'Puskas do Candal', grandes jogadores em qualquer equipa da então 1ª divisão nacional [2].
O Benfica é, efectivamente grande demais para exclusivo uso interno num país onde o União de Leiria ou o Beira Mar se vêem gregos para atrair duas ou três mil pessoas aos respectivos estádios, apenas cheios com os adeptos da equipa visitante, especialmente se esta for o Sport Lisboa e Benfica, o abono de família dos pequenos clubes
E de alguns maiorzinhos, também, já agora...
Acontece que quem dirige hoje o Clube parece alheio a esta realidade e à necessidade de "aggiornare" estruturalmente a Instituição tendo em vista a realidade do panorama competitivo global actual.
Daí eu achar que Luís Filipe Vieira, cujo trabalho de recredibilização do Clube depois do "apocalipse Vale e Azevedo" tem de ser reconhecido e adequadamente louvado, foi, sobretudo, um bom "ministro das finanças", tendo-se revelado, todavia, um insuficiente "primeiro-ministro" e estratega, sendo cada vez mais premente a criação de um núcleo gestionário profissional competente apto a trazer para o Clube uma visão estratégica actualizada ve à altura das potencialidades da Instituição.
NOTAS:
[1] O projecto de coesão interna do clube nortenho que, no tempo de Pedroto e nas palavras deste, "já estava a perder por 2-0 mal atravessava a ponte D. Luís", passou pela criação de fantasmas externos que não eram, na realidade, outros senão todos quantos não eram Porto e não rendiam preito ao grupinho que se apoderou do poder no clube com ramificações, como é sabido, à própria Câmara. O resultado foi a criação de inúmeros anti-corpos em todo o País, condenando o clube a caminhar isolado para os respectivos triunfos, isolado se exceptuarmos, como digo noutro ponto, a cumplicidade objectiva de uma "Justiça" demasiado cega com os poderosos, sendo assim que a maior força do paradigma de desenvolvimento e expansão portista tivesse, afinal, contraditoriamente vindo a ser a sua maior fraqueza, coarctando-lhe a possibilidade de dotar-se de um estatuto realmente nacional e, por conseguinte, de um verdadeiro mercado interno.
[2]Dispensados fizeram um e outro, como se sabe carreiras notáveis em Guimarães no Vitória local.