quinta-feira, 14 de novembro de 2013
"With friends like these..."
Eu nunca tive ilusões sobre a personagem de Aníbal Cavaco Silva que sempre me pareceu um fulano com meia dúzia de conhecimentos laboriosamente empinados mas desprovido de verdadeiro Conhecimento, algo que envolve uma Cultura que nunca me pareceu que uma criatura intelectualmente alimentada a fórmulas e receituários estatísticos pudesse sequer sonhar ter…
Não creio, além disso, que o facto de ter renunciado à militância no reaccionaríssimo partido de onde saltou para a presidência da República tenha feito de um burocrata baço e dogmático doubé de político medíocre [ao qual ficámos, como país, aliás, a dever autênticos anos “de chumbo” e de fome, prenúncio sombrio da actualidade económica e social passista...] um árbitro isento e leal do sistema político nacional, gerido hoje-por-hoje por um bando de anti-sociais e reaccionários sem competência nem dimensão cívica e política minimamente humanista.
Não penso, por isso, que se perfile no nosso horizonte político colectivo qualquer mesmo remoto abrandamento do sofrimento a que estamos presentemente sujeitos, desde logo, através da demissão desse bando de cipaios e agentes inimigos infiltrados a que, por falta de termo mais exacto, teimamos em continuar a designar por “governo”…
Creio mesmo que a haver qualquer mudança politica institucional relevante entre nós ela só poderá paradoxalmente vir dos nossos piores inimigos: o FMI e os hitmen da sua troika por conta de quem corre o “contrato” firmado com os “padrinhos” “europeus” para nos executar como nação independente.
É por isso que é em meu entender, hoje mais vital do que nunca, sair à rua e fazer greve a fim de expor a debilidade do poder político e a sua incapacidade cada vez mais evidente, de resto] para desempenhar o seu papel de domesticador das massas e ser assim corrido de vez por aqueles cujas ordens segue religiosamente: a tal “Europa” que há muito, com a prestimosa assistência do cavaquismo nos “jurou solenemente pela pele” como sociedade democrática e independente.
Quando, com efeito, os “poderosos chefões” de Berlim e Bruxelas se derem conta que não podem contar com Passos e cia. para açaimar o País e submetê-lo docilmente às suas negociatas envolvendo o grande capital financeiro que a queda dos fascismos [leia-se do “capitalismo total”!] dos anos 20 e 30 do século XX forçou a que se “democratizassem” e civilizassem um pouco ao menos exterior e “funcionalmente”; quando tal acontecer por previsível efeito das acções de rua, serão os centros de decisão Bruxelas e Berlim mesmo a exigir a queda dos frouxos e incapazes que nem para carcereiros e Kapos do imenso campo de concentração a céu aberto em que o País ultimamente se tornou servem…
O consenso? O pê-ésse? O pê-ésse há muito que revelou o seu verdadeiro rosto e natureza de aleijão democrático, destinado a dividir as forças sociais que resistem e a tentar fazê-las implodir interpondo-se entre o povo e a suas lutas: desses que em momentos-chave sempre fizerem opções conservadoras e imobilistas, supostamente ponderadas e prudentes nada há a esperar, como já há muito tempo, todos tínhamos todos há muito obrigação de ter percebido!...
Fonte da imagem ilustrativa: squidoo.comVer mais
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