sexta-feira, 16 de novembro de 2012

E agora, venha o SIS!


Como pacifista e ex-refractário da guerra colonial salazarista, seria eu a última pessoa em Portugal a pensar em caucionar e/ou abonar acções violentas como aquela que ocorreu na sequência da greve geral recente diante da Assembleia da República, acção protagonizada por um grupo de “angry young men” mais interveniente e exaltado, munido de pedras da calçada] diante de uma verdadeira muralha-da-China de polícias “de choque” armados até aos dentes que pareciam saídos do Chile de Pinochet para proteger os directa ou indirectamente responsáveis pela catástrofe económica e social em que estamos todos metidos.
Agora, o que eu não posso, desta vez como homem de Esquerda ou até como simples cidadão—em quem não luz a mais remota résteaa de simpatia quer pessoal quer política pela figura insuportavelmente dogmática, pseudo-senatorial, [falsamente “cardinalícia” e apenas supostamente magistral desse "Keynes das alfarrobas" que é Aníbal Cavaco Silva—é o modo como este responsável-chave da desarticulação e desmembramento do aparelho produtivo nacional [cumprindo o desígnio da tal C.E.E. para o nosso país que envolvia fazer dele uma espécie de «endocolónia» da “Grande (e—verdadeira!—Europa” e digo “Grande Europa” como outros dizem ou diziam “Grande Sérvia) fornecedora de matérias-primas (e devidamente desarticulada como autonomia produtora) mercado electivo das agriculturas e das pescas francesas, espanholas e italianas; o que não posso, dizia, é aceitar em silêncio o modo como a personagem em causa não se eximiu numa entrevista recente a mandar mais um dos seus intragáveis “bitaites” tentando desligar causalmente a violenta (re) acção dos jovens da calamidade social em que, volto a dizer, nos achamos, como sociedade de repente metidos.
A verdade é que, com ou sem bitaites [serão “sound bitaites”?] de Cavaco a “meia dúzia de profissionais da arruaça” ou lá como foi que ele lhes chamou ecoam de forma arrepiante pela estupidez de que constituem gritante “exemplo” a famigerada “escassa meia dúzia de terroristas” que Salazar e os fascistas se deliciavam a citar a propósito dos movimentos de independência anti-colonial e são o resultado directo e natural não apenas de se ter esticado a corda das desigualdades e da moralidade económica e social como também de sucessivas “políticas” de escandalosa conivência com a indisciplina e a violência escolares por parte de contínuos maus governos e muito em especial péssimos ministros da educação série iniciada logo com o primeiro governo constitucional e seu famigerado "Sotomaior C'ardia".

Aliás, se se tratava de um pequeno grupo de profissionais da arruaça por quê carregar brutalmente sobre centenas senão milhares de manifestantes pacíficos?Ver mais

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